Indignação na rua
No dia 12 de Abril, em diversos pontos do País, os reformados, aposentados e pensionistas vão realizar uma acção nacional de luta «contra os roubos nas pensões». Em Lisboa terá lugar uma marcha de «indignação» e «protesto».
Cerca de dois milhões de pensionistas vivem em risco de pobreza
O protesto – convocado pela Direcção da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI) – pretende «não só reforçar e ampliar a luta travada por diversos sectores de reformados, dando mais força à indignação e protesto, como valorizar a unidade da luta contra os roubos das pensões e dos direitos sociais».
Para esta acção nacional, o MURPI «está confiante na adesão e participação de milhares de reformados, aposentados e pensionistas, homens e mulheres que, não estando directamente associados a esta Confederação, se assumem como sujeitos activos na luta em defesa dos seus direitos sociais, fortemente ameaçados pela política do actual Governo», que «rouba aos portugueses parte dos seus rendimentos para entregar à Banca e aos grupos financeiros dezenas de milhões de euros em benefícios fiscais» e que se prepara «para alterar os critérios de atribuição da pensão de sobrevivência, penalizando, uma vez mais, os pensionistas».
Em nota de imprensa, divulgada na passada semana, o MURPI acusa o Executivo PSD/CDS de «enganar os portugueses», ao afirmar que 85 por cento dos pensionistas não foram atingidos pelas medidas de cortes e de austeridade, escondendo que «cerca de dois milhões de pensionistas vivem em risco de pobreza, com baixos valores de reformas» e que «congelou a grande maioria das pensões (de velhice, invalidez e sobrevivência) desde 2010».
Por outro lado, o Governo «criou a ilusão de que os cortes nos direitos tinham carácter transitório quando pretende, de facto, torná-los definitivos, penalizando as actuais e futuras gerações de reformados». «A tudo isto acresce o aumento de uma pesada carga fiscal, dos preços dos bens e serviços essenciais, dos transportes, das rendas de casa e das despesas com saúde que levam a um empobrecimento generalizado deste grupo social», que «é chamado a apoiar filhos e netos, também eles a braços com duras condições de vida e de trabalho e que em muitos casos são obrigados a emigrar», salienta a Confederação.