Património de lutas
«40 anos de vida, uma história com futuro» é o titulo da exposição, da responsabilidade do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), que está patente até ao final do mês de Fevereiro no Auditório Municipal Carlos Paredes, em Vila Nova de Paiva.
Nesta mostra são apresentados 22 cartazes acerca do MDM, que procuram dar testemunho do passado da organização de mulheres mais antiga de Portugal, do seu percurso histórico, da sua capacidade interventiva e transformadora na defesa dos direitos das mulheres e da sua emancipação. Nela se retrata o património de lutas, projectos e contributos para uma sociedade mais justa e igual, o posicionamento assumido perante a questão da igualdade e dos direitos das mulheres, entre os anos de 1968 e 2008.
Acompanha esta exposição um conjunto de «Mantas de Retalhos» – da responsabilidade do núcleo de Viseu do MDM –, resultado de um projecto que procura ir ao encontro das mulheres para delas ouvir os anseios, os medos e as angústias sentidas quotidianamente, visando criar um espaço de reivindicação e tomada de consciência de direitos.
A iniciativa pretende dar a conhecer a importância que o MDM teve na conquista de direitos das mulheres, consagrados na lei, mas também a necessidade de lutar, hoje e sempre, para que a igualdade seja consagrada na vida das mulheres. No dia 21 a exposição será visitada por alunos do terceiro ciclo do Ensino Básico de Vila Nova de Paiva, que vão também participar numa acção de sensibilização para a prevenção da violência nas relações de intimidade.
Solidárias com as mulheres espanholas
O MDM solidarizou-se, numa declaração de apoio, com a luta das mulheres de Espanha que, no dia 1 de Fevereiro, organizaram o Tren de la Libertad, que reuniu mulheres de todas as províncias de Madrid em manifestação contra as intenções do Governo espanhol de revogar a lei da saúde sexual e reprodutiva e da IVG.
«A lei da IVG espanhola de 1985 constituiu para nós um grande incentivo e um exemplo de abertura e possibilidade na nossa luta em Portugal pelo direito de decisão da mulher face a uma gravidez não desejada, podendo optar pelo aborto seguro e em serviços de saúde adequados», refere o MDM, salientando que «mesmo em tempo de proibição do aborto em Portugal, muitas mulheres portuguesas beneficiaram de serviços seguros em Espanha, em condições condignas, o que nunca esqueceremos, pois assim se salvaram muitas mulheres portuguesas da dor, de sequelas graves e até da morte».