Síria luta pela paz

A missão conjunta da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) e das Nações Unidas confirmou, segunda-feira, 10, a saída do terceiro carregamento de agentes químicos da Síria. Os materiais partiram do porto de Latakia a bordo de um cargueiro norueguês escoltado pela Rússia, China e Dinamarca, adianta o comunicado oficial, citado pela Lusa. O documento detalha ainda que, simultaneamente, «alguns agentes químicos foram destruídos em território sírio», enaltece «os progressos alcançados» e «encoraja a Síria a acelerar o transporte de agentes químicos em grandes quantidades e de forma regular e sistemática».

O texto contraria as acusações imperialistas à Síria a propósito dos atrasos verificados no processo, veiculadas, quinta-feira da semana passada, pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU. Em resposta, noticiou a Prensa Latina, Damasco realçou que a Síria atravessa condições anormais devido a uma guerra promovida por grupos terroristas apoiados por potências regionais e mundiais. Bandos de mercenários, acrescenta, que têm atacado continuamente armazéns de agentes químicos, bem como as caravanas da OPAQ e ONU que os transportam até Latakia.

O governo liderado por Bachar al-Assad salienta, também, que grande parte do equipamento que chegou ao território para desmantelar materiais e instalações não era adequado, e que tal obstáculo tem vindo a ser superado pese embora a recusa de vários países em fornecer apoio técnico consistente com a missão.

Damasco conclui, por isso, que as acusações fazem parte de uma campanha injusta desencadeada para fazer abortar as conversações de paz que decorrem em Genebra.

Imperialismo quer a guerra

Campanha que prosseguiu, no CS da ONU, com a apresentação de uma resolução sobre a situação humanitária no país, facto que a Rússia qualificou de «ultimato ao governo sírio». Para o ministro dos Negócios Estrangeiros de Moscovo, Serguei Lavrov, «fica-se com a impressão de que se tenta utilizar o tema da situação humanitária como o foi, não há muito tempo, o das armas químicas», procurando «encontrar um pretexto para parar o processo político e regressar ao cenário militar para mudar o regime».

A semana passada, o Pentágono confirmou o envio para o Médio Oriente de 2400 marines, acompanhados pelos respectivos meios anfíbios.

Paralelamente, a responsável pelas operações humanitárias das Nações Unidas, Valerie Amos, informou, segunda-feira, 10, que a trégua para retirar os civis de Homs havia sido prolongada. Desde sexta-feira, 7, mais de 800 populares foram evacuados da terceira cidade síria, sitiada há quase dois anos, isto apesar de, no sábado, funcionários da ONU e do Crescente Vermelho terem sido «deliberadamente atacados», algo que Amos caracterizou como «absolutamente inaceitável».

As autoridades sírias garantem que os tiros foram disparados por jihadistas armados e denunciam que os mesmos grupos atacaram com granadas de morteiro uma esquadra da polícia e a estrada por onde se previa que circulassem os camiões com ajuda humanitária, violando, dessa forma, o cessar-fogo acordado.




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