Exposição de Álvaro Cunhal em Bruxelas

Exemplo de luta

Uma exposição sobre a vida e a obra de Álvaro Cunhal foi inaugurada, dia 12, no Espaço «Couloir Chevale», nas instalações do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Vida e obra de Álvaro Cunhal na sede do PE

A iniciativa, na qual participaram mais de uma centena de pessoas, foi promovida pelos deputados do PCP no Parlamento Europeu, João Ferreira e Inês Zuber, e pela comissão das comemorações do centenário de Álvaro Cunhal.

A apresentação da exposição sobre Álvaro Cunhal, denominada «Vida pensamento e luta: Exemplo que se projecta na actualidade e no futuro», coube a Manuela Bernardino, do Secretariado do Comité Central do PCP.

Na sua intervenção lembrou os principais momentos da vida do dirigente histórico do PCP, que «fez logo na sua juventude, quando estudante da Faculdade de Direito de Lisboa, uma opção de classe, em defesa dos direitos dos trabalhadores, assumindo consequentemente uma vida inteiramente dedicada à causa dos explorados e oprimidos».

A propósito da temática da integração europeia, Manuela Bernardino salientou que Álvaro Cunhal, ainda em 1964, «conclui que a participação de Portugal nas zonas europeias de livre comércio acentuaria ainda mais a situação de dependência de Portugal em relação ao estrangeiro, agravaria a exploração sobre os trabalhadores, destruiria o nosso aparelho produtivo e desequilibraria o nosso comércio externo pela invasão de produtos doutros países, conduziria a agricultura a uma grave crise.»

«Mais tarde, nos anos 80, quando se discutia a adesão de Portugal à CEE, Álvaro Cunhal considerou que tal projecto se inseria nos objectivos contra-revolucionários de reconstituição dos grupos monopolistas e latifundistas e alertou para a “visão idílica” que se procurava passar de imaginar o Mercado Comum como “uma associação de países ricos filantrópicos prontos a “ajudar” os países mais atrasados” que teve como slogan “A Europa connosco”».

A partir da entrada de Portugal na CEE, recordou ainda a dirigente comunista, o então Secretário-geral do PCP «defendeu que “era direito e dever dos portugueses contrariar tudo quanto seja lesivo dos interesses nacionais portugueses. E reivindicar tudo quanto possa ser favorável a esses interesses”».

«Num momento em que o capitalismo está mergulhado numa das mais profundas crises da sua história», Manuela Bernardino lembrou a actualidade do projecto comunista, «ideal a que Álvaro Cunhal dedicou toda a sua vida, e que ele próprio avaliou como “um ideal pelo qual vale a pena lutar”.»




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