Italianos contestam Letta

Dezenas de milhares de pessoas saíram à rua, dia 15, em várias cidades de Itália para protestar contra o Orçamento do Estado, apresentado ao parlamento pelo governo de Enrico Letta.

A jornada nacional teve o apoio dos sindicatos de base, bem como das três maiores centrais sindicais do país (CGIL, UIL e CISL), aos quais se juntaram as organizações de estudantes.

Durante toda a semana realizaram-se manifestações e greves nos diferentes sectores da administração pública, com paragens de quatro horas, organizadas de forma escalonada em todas as regiões de Itália.

As acções mais participadas tiveram lugar em Roma, Milão e Nápoles, ficando marcadas por alguns momentos de tensão entre as forças da ordem e grupos de jovens, que procuraram romper o cordão policial que cercava os manifestantes.

Em Milão, a secretária-geral da CGIL, Susanna Camusso, criticou a proposta de Orçamento do Estado, notando que o seu único objectivo «é reduzir a dívida pública», sendo que, ao mesmo tempo, as políticas preconizadas «apenas a fazem aumentar». «Como é possível dizer que a Itália é um país moderno quando as empresas estratégicas fecham? Como é possível dizer que existem perspectivas se não damos folga às retribuições salariais e às pensões?»

A dirigente sindical pediu ao primeiro-ministro mais atenção aos trabalhadores e que se deixe de «histórias» sobre o fim da crise e o início da recuperação da economia em 2014. «A recuperação só existirá quando os trabalhadores não recearem diariamente perder o seu emprego», frisou Camusso

O governo liderado por Enrico Letta, do Partido Democrático, pretende aliviar o Orçamento do Estado em 11 600 euros, através de várias medidas de redução da despesa (4500 milhões de euros) e aumentos de impostos.




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