Espanhóis pela saúde e educação
Milhares de pessoas participaram na 12.ª «maré branca», realizada na tarde de domingo, 27, em Madrid, em defesa do sistema público de saúde e contra a privatização dos hospitais na região madrilena.
A marcha, que terminou na Praça do Sol, teve lugar alguns dias depois de o Tribunal Superior de Justiça ter juntado num único processo as providências cautelares contra a privatização de seis unidades hospitalares, travando assim a sua concessão.
Na educação, centenas de milhares de estudantes, pais e professores participaram em meia centena de desfiles realizados, dia 24, em toda a Espanha, numa jornada marcada por uma greve nacional que paralisou o sector.
O protesto juntou 170 mil pessoas em Barcelona e dezenas de milhares noutras cidades de Espanha. Em causa está uma reforma do sistema público, mediante a qual o governo de Rajoy tem vindo a agravar as propinas ao mesmo tempo que impõe intoleráveis cortes nas despesas de funcionamento.
Os sindicatos calculam que 25 mil professores já tenham sido despedidos no Ensino Primário e Secundário, enquanto o Superior teve de abdicar de 4600 docentes e 1600 administrativos. Desde 2011, o orçamento da Educação sofreu cortes de mais de três mil milhões de euros, passando de 50,7 mil milhões em 2011 para 47,2 mil milhões no ano em curso.
Na mesma semana, o inquérito da População Activa, do Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol indicou que o Estado reduziu mais de 390 mil postos de trabalho, 12,1 por cento do total, dos quais 161 mil desde o início do ano.
Estes dados indicam que nos últimos dois anos o sector público perdeu em média 534 empregos por dia, tendo-se eliminado quase mais 100 mil empregos públicos do que aqueles que foram criados entre 2001 e 2011.
No sector privado, a crise fez perder o emprego a 2,93 milhões de trabalhadores (21,15% em relação ao último trimestre de 2007).