Ponto de encontro – dia 19 de Outubro nas Marchas por Abril

Mais do que protesto, é proposta

Patrícia Machado (Membro da Comissão Política)

Os trabalhadores e o povo estão confrontados com ferozes ataques do grande capital e dos executantes das suas políticas. A luta tem sido intensa e o confronto de luta de classes intensifica-se.

Perante esta ofensiva a luta de massas é decisiva

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O País assiste a políticas sucessivas que visam engordar poucos e empobrecer a maioria condenando o País à submissão e à perda de autonomia. Os parceiros de(a) troika, PS, PSD, CDS vão alternadamente esgrimindo argumentos, esculpindo legislação à medida dos interesses que defendem – os do grande capital económico e financeiro nacional e estrangeiro, piscando o olho ao povo enquanto lhe retiram direitos e dignidade.

Roubam nos salários e nas pensões, cortam prestações sociais, aumentam o horário de trabalho, atacam a Segurança Social, o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, o serviço postal, encerram finanças, tribunais, serviços das forças de segurança, privatiza-se sectores estratégicos, estrangula-se o pequeno comércio, os pequenos produtores e os micro, pequenos e médios empresários.

Vão há tempo demais atacando, cavando fundo, destruindo. Dá-lhes ganas as conquistas dos seus alvos, os direitos da revolução de Abril. Chamam entrave à Constituição da República que, apesar de retalhada, é um forte instrumento na defesa de direitos do povo e dos trabalhadores, do regime democrático e é por isso um obstáculo aos que os querem destruir.

Perante esta ofensiva a luta de massas é decisiva. Como o PCP afirma na resolução política saída do XIX Congresso «O desenvolvimento diversificado da luta de massas, expressão da luta dos trabalhadores e de outras classes e camadas antimonopolistas que, de forma crescente, tem incorporado todos aqueles que aspiram a uma vida melhor e que não se resignam perante as injustiças e a exploração nem aceitam uma política de declínio nacional, tem constituído, quer pela sua dimensão, frequência e diversidade, quer pela convergência e objectivos que assumiu, um factor decisivo no combate à política de direita e de exigência de uma política alternativa, confirmando, pela sua expressão e natureza, a actualidade da luta de classes.»

Ao contrário do que insistentemente procuram divulgar, que não existe alternativa, que este caminho é inevitável e que ninguém apresenta medidas alternativas, o PCP tem vindo a apresentar, divulgar e afirmar que é possível e necessário construir uma política patriótica e de esquerda. Essa política que o PCP propõe integra-se e enquadra-se no programa do Partido «Uma democracia avançada – Os valores de Abril no futuro de Portugal», parte integrante da construção de uma sociedade socialista em Portugal, saído do XIX Congresso realizado em 2012. Uma política que tem como eixos centrais:

- a valorização do trabalho e dos trabalhadores;

- a defesa dos sectores produtivos e da produção nacional;

- a afirmação da propriedade social e do papel do estado na economia;

- uma administração e serviços públicos ao serviço do País;

- a democratização e promoção do acesso ao desporto, à cultura e à defesa do património cultural;

- a defesa do meio ambiente, do ordenamento do território e a promoção de um efectivo desenvolvimento regional;

- a defesa do regime democrático de Abril e o cumprimento da Constituição da República;

- a efectiva subordinação do poder económico ao poder político;

- a afirmação de um Portugal livre e soberano e de uma Europa de paz e cooperação.

Uma política que se constrói com homens, mulheres e jovens que aspiram esse futuro melhor, possível e necessário. Uma construção que obteve mais fortes alicerces também com o voto de confiança e de proposta que milhares de portugueses deram à CDU no passado dia 29 de Setembro.

Uma construção que tem como base decisiva todos quanto lutam nas empresas e locais de trabalho, nos campos e nas ruas, nas pequenas e grandes localidades. Uma luta que tem novo ponto de encontro, já no dia 19 de Outubro nas Marchas por Abril convocadas pela CGTP-IN.




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