Agressão imperialista à Síria

Terroristas acossados

O sequestro de membros da Cruz Vermelha Internacional (CVI) foi a última de uma série de iniciativas dos mercenários sírios para perpetuar o conflito no país, de entre as quais sobressai, ainda, o bombardeamento da zona onde se encontram os inspectores da ONU e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).

A paz não agrada à «oposição síria»

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Três dos seis membros da CVI, bem como um membro do Crescente Vermelho, raptados no domingo na região de Idleb, junto à fronteira com a Turquia, foram entretanto libertados, informou anteontem a organização humanitária. Meios de comunicação social sírios indicaram que o rapto foi perpetrado por um grupo armado, e até o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, plataforma promotora da campanha contra o governo liderado por Bachar al-Assad, veio responsabilizá-los pelo sucedido, informou a Lusa.

De acordo com a Prensa Latina, no início do mês o Exército Árabe Sírio conseguiu travar uma ofensiva de extremistas islâmicos precisamente em Idleb. Em Latakia, na costa mediterrânica; impediu a uma série de atentados bombistas, aprendeu material de guerra e deteve mercenários provenientes de vários países do Médio Oriente.

Sucesso sírio

Sucessos semelhantes alcançados nas últimas semanas pelo EAS em zonas urbanas e rurais do território (só no sábado, 12, foram libertadas cerca de 40 localidades até então fustigadas pela presença de bandos armados, noticiou a SANA), estão, aliás, na base do recrudescimento das acções terroristas, cujo saldo de vítimas civis não pára de crescer.

No domingo, 13, as sedes da agência noticiosa e da Radiotelevisão sírias foram alvo de carros-bomba e de ataques com morteiros. Antes, os terroristas bombardearam a zona de Damasco onde se encontram alojados os inspectores da ONU e da OPAQ, que vêm monitorizando com a total colaboração da Síria a destruição do arsenal químico do país.

O comportamento das autoridades de Damasco face à tarefa atribuída à OPAQ mereceu, inclusive, o insólito elogio do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que, a 7 de Outubro, à margem de um encontro com o homólogo russo Sergei Lavrov, destacou a desenvoltura e empenho das partes no processo.

O êxito dos trabalhos da OPAQ – ao que acresce o facto de avultarem provas de que o ataque químico de 21 de Agosto foi perpetrado pelos mercenários – não agrada à chamada oposição síria, que fica sem argumentos para reclamar uma intervenção militar aberta do imperialismo, e até já anunciou que não vai comparecer ao encontro que Rússia e EUA pretendem promover, em meados de Novembro, com o objectivo de estabelecer uma solução pacífica para o conflito, denominado Genebra-2.

Sublinhe-se, de passagem, que reagindo à atribuição do Prémio Nobel da Paz à OPAQ, o seu primeiro director-geral, José Maurício Bustani (1997-2002), considerou que «se os americanos tivessem deixado o processo continuar, não teria havido necessidade de invadir o Iraque».




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