Desigualdade global
O crescimento da riqueza mundial em 68 por cento na última década foi acompanhado pela sua concentração na classe e blocos imperialistas dominantes.
Dois terços dos adultos detêm somente três por cento da riqueza mundial
Segundo um relatório elaborado por um instituto de pesquisa afecto ao banco Credit Suisse, o recorde histórico de cerca de 241 biliões de dólares (milhões de milhões) em activos globais, que deverá ser atingido este ano (mais 68 por cento que em 2003), não se repercute numa mais justa distribuição dessa riqueza. Pelo contrário, afirma o documento divulgado a meio da semana passada.
Actualmente, 86 por cento da riqueza está na posse de 10 por cento da população. O conjunto de activos detidos pela elite possidente – um por cento dos mais abastados –ascende a 46 por cento do total mundial. Dito ainda de outra forma, dois terços dos habitantes adultos da Terra detêm somente três por cento da riqueza.
Idêntico cenário de desigualdade se verifica entre regiões do planeta. Segundo os cálculos do Credit Suisse, citados pela Reuters, apesar da progressão das fortunas e da sua concentração nos países emergentes – e mais concretamente na China, Rússia, Índia e Brasil –, foi nos EUA que se concentraram três quartos do crescimento da riqueza nos últimos dez anos, com os ganhos especulativos a contribuírem decisivamente para tal.
Em seguida surge a Europa Ocidental, o que resulta do facto de entre as nações que mais viram crescer a riqueza de uns poucos, entre 2012 e 2013, estarem, atrás dos EUA e da China, a Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha e Espanha. A tendência confirma-se quando é estimada a riqueza per capita, com a Suíça, a Noruega e o Luxemburgo a surgirem entre os cinco primeiros.
Ainda de acordo com os dados patrimoniais apurados pelo Credit Suisse, dos cerca de 99 mil indivíduos cuja riqueza líquida ultrapassa os 50 milhões de dólares, mais de metade têm residência fiscal nos EUA. Na Europa Ocidental, albergam-se quase 25 mil dos mais «endinheirados».