Professores são necessários
O Governo e o ministro Nuno Crato tomaram medidas orientadas para a drástica redução do número de docentes, acusa a Federação Nacional de Professores.
O desemprego tem reflexos sociais e na qualidade do ensino
Algumas das medidas impostas na Educação nos últimos dois anos dão continuidade a decisões anteriores, mas todas vieram agravar a diminuição do emprego docente. Nas iniciativas que levou a cabo no dia 2, junto a vários centros de emprego, a Fenprof indicou o aumento do número de alunos por turma, alterações curriculares (como a eliminação de disciplinas e de áreas curriculares não disciplinares ou o fim dos desdobramentos), o aumento do horário de trabalho e novas regras de organização deste, a criação de mais mega-agrupamentos e o encerramento de escolas.
Os cortes orçamentais juntam-se à intenção de desvalorizar os serviços públicos, o que vai ao encontro das pretensões da troika dos credores (FMI, UE e BCE) e corresponde às opções ideológicas do Governo, observa a Fenprof, no documento que divulgou à comunicação social.
O aumento do desemprego dos professores foi destacado como resultado desta política. A Fenprof citou os registos do IEFP, que dão conta de um aumento de 47,7 por cento, em 2010 (situação em Dezembro, face ao mês homólogo); 120,2 por cento, em 2011; 77,4 por cento, em 2012; e 44 por cento, em 2013 (Julho).
A federação chamou ainda a atenção para o facto de, entre Janeiro de 2007 e Agosto de 2013, as escolas terem perdido 26 025 professores, devido a aposentações. Nesse período, entraram nos quadros 1 002 professores (396, no concurso externo de 2009; 603, no concurso extraordinário em 2013; e três, no concurso externo de 2013). O número de professores contratados no final de Agosto, para cada ano lectivo, caiu de 17 275 (em 2010), para 12 747 (2011), 7 612 (2012) e zero (2 013).