Manning condenado

O ex-soldado norte-americano Bradley Manning foi condenado pelo tribunal militar da base militar de Fort Meade, no Maryland, a 35 anos de cadeia, por ter decidido, em 2010, e enquanto analista de inteligência do exército dos EUA, tornar públicos comportamentos que violaram os mais elementares direitos humanos, designadamente, divulgando um vídeo de soldados norte-americanos a metralharem, em 2007, um grupo de civis iraquianos desarmados a partir de um helicóptero; ou ainda, um outro onde se vê um ataque aéreo das forças dos EUA no Afeganistão, matando dezenas de inocentes.

Estes dois vídeos fazem parte de um conjunto de mais de 700 mil arquivos classificados, comunicações para o Departamento de Estado de embaixadas e consulados norte-americanos, entre 1966 e 2010, entregues por Manning ao portal Wikileaks, que, por sua vez, os facultou a cinco jornais: The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde e El Pais. Alguma desta informação foi publicada.

Foram numerosas as reacções à sentença salientando-se a da União de Liberdades Civis Americanas (ACLU), que a lamentou e interpretou como uma prova de que «algo vai verdadeiramente mal» no sistema judicial norte-americano. Julian Assange, um dos nove membros da Wikileaks, considerou-a uma «vitória táctica», já que a acusação pedia a pena de prisão perpétua e, os 35 anos, descontando o tempo que o soldado Bradley Manning já esteve preso, mais as reduções por bom comportamento, a liberdade condicional e outros factores, permitir-lhe-ão não permanecer mais de dez anos na cadeia.

Assange recordou as declarações do jurista argentino Juan Méndez, relator especial da ONU sobre tortura, aquando da prisão de Bradley Manning, considerando «cruel, desumano e degradante» o tratamento do soldado pelas autoridades prisionais.




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