Emprego no 2.º trimestre de 2013

Mantém-se o desastre económico e social

Numa nota do Gabinete de Imprensa vinda a público na quarta-feira, 7, o PCP faz uma leitura dos dados referentes ao Inquérito ao Emprego do 2.º trimestre de 2013, divulgados nesse dia pelo INE, considerando que «não revelam qualquer alteração na situação de desastre económico e social em que o País se encontra mergulhado, nem traduzem uma efectiva melhoria da situação do emprego e do desemprego em Portugal».

Com efeito, a nota refere que a variação da taxa de desemprego em sentido restrito do 1.º para o 2.º trimestre de 17,7 para 16,4 por cento é marcadamente sazonal, «tendo ocorrido em praticamente todos os anos (nos últimos 16 assim não aconteceu em apenas 3)». Esse carácter sazonal percebe-se na análise do emprego por sectores: cerca de 2/3 do emprego criado do 1.º para o 2.º trimestre foi absorvido pela agricultura e o restante pelos serviços.

De acordo com os dados divulgados, no 2.º trimestre de 2013 o desemprego em sentido restrito atingiu 886 mil trabalhadores (16,4%) e em sentido lato 1 428 mil trabalhadores (25,2 por cento). Para o PCP, o aspecto mais relevante destes números resulta da sua comparação com períodos homólogos: «por mais apressados sinais de viragem que apregoe», o Governo não conseguirá esconder que, do 2.º trimestre de 2012 para o de 2013, a taxa de desemprego subiu de 15 para 16,4 por cento; que o número de trabalhadores no desemprego em sentido restrito aumentou 59,1 mil; e que, entre estes dois trimestres homólogos, foram destruídos 182600 empregos (por sectores: 18500 na Agricultura; 40300 na Indústria Transformadora, 72600 na Construção e 47500 nos Serviços).

O texto salienta ainda o facto de, nos últimos dois anos (entre o 2.º trimestre de 2011 e o 2.º trimestre de 2013), terem sido destruídos em Portugal 387400 postos de trabalho, 211 mil trabalhadores terem ido para o desemprego e a taxa de desemprego em sentido restrito se ter agravado 36 por cento, passando de 12,1 para 16,4 por cento – dados que «o Governo não consegue iludir, por mais infundados sucessos que procure apresentar».

Os dados agora revelados não reflectem o número de portugueses que se viram forçados a emigrar – cerca de 140 mil nos últimos dois anos e perto de 100 mil no último ano –, que desistiram de procurar emprego e que, com o fim do período do subsídio de desemprego a que tinham direito, deixaram de caminhar para os Centros de Emprego, afirma-se na nota, que destaca ainda, como «outros dados impressivos destes resultados», o facto de a taxa de desemprego dos jovens ter atingido os 37,1 por cento no 2.º trimestre de 2013, o facto de 61,9 por cento dos desempregados (548400) estarem no desemprego há mais de um ano e de 126400 desempregados serem licenciados (mais 17,5 por cento do que há um ano).

Face a estes números, o PCP considera que «a demissão de Governo e o fim da política que tem vindo a ser prosseguida é cada vez mais um imperativo nacional», por forma a evitar o agravamento da depressão económica e social para que o País foi arrastado com a aplicação do pacto de agressão subscrito por PS, PSD e CDS.

 



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