Sucesso garante-se na base
Milhares de dirigentes sindicais e outros trabalhadores, entre os quais muitos comunistas, têm estado intensamente envolvidos no esforço colectivo de divulgação, esclarecimento e mobilização, determinante para o sucesso da greve geral.
A greve geral é dos trabalhadores que a vão fazer
Em pouco mais de um mês, vencendo todas as dificuldades que a política de direita impõe à grande maioria dos portugueses, e em simultâneo com a realização de lutas locais, sectoriais e também de âmbito nacional, foi necessário produzir e distribuir muitos milhares de folhetos, afixar cartazes, faixas e pendões, reunir mais ou menos formalmente com os camaradas de trabalho e acorrer a empresas onde a organização apresenta maiores debilidades... Alguns sindicatos, como o STAL e o STML, publicaram na Internet longas listas de plenários e reuniões a realizar, sobretudo, nas duas semanas que antecederam a greve. De sindicatos e de outras estruturas fomos recebendo notícias que ilustram o grande descontentamento e a forte unidade que se nota nos locais de trabalho e nas organizações representativas dos trabalhadores.
Na Volkswagen e em todo o Parque Industrial da Autoeuropa, foi divulgado um apelo conjunto de comissões de trabalhadores, comissões sindicais e sindicatos (o SITE Sul, da Fiequimetal/CGTP-IN, e também o Sindel e o SIMA), para que amanhã «nenhum trabalhador se dirija à fábrica».
Na Veolia (Águas de Mafra), num plenário com a participação de Arménio Carlos, a decisão de aderir à greve geral foi tomada por unanimidade, no dia 20. A agenda do Secretário-geral da CGTP-IN espelha um pouco do que muitos têm feito nestes dias: a 21, sexta-feira, esteve durante o dia no distrito de Castelo Branco, em plenários na CM do Fundão, no hipermercado Jumbo, em empresas do sector têxtil e de confecções e no Hospital Pêro da Covilhã, reunindo-se ao fim da noite com trabalhadores da Recolha de Resíduos Sólidos da CM de Lisboa; na segunda-feira, esteve no distrito de Coimbra (Olympus, CHUC e Dan Cake); ontem, iria começar com um plenário de trabalhadores do município de Loures, prosseguindo com contactos na Agência Lusa, a convite da CT, para depois participar num plenário de trabalhadores da RTP.
Aderir à greve geral foi a decisão de plenários realizados nas refinarias da Petrogal, em Matosinhos e em Sines, no dia 20, abrangendo trabalhadores precários de «prestadoras de serviços» na manutenção, como referiu a agência Lusa, citando um delegado sindical do SITE Sul e o coordenador do SITE Norte. No mesmo dia, como informou o SITE Sul, o apoio à greve geral foi expresso num plenário de trabalhadores da Lisnave e da Lisnave Yards.
Entre as várias estruturas que se manifestaram pela greve geral, estão a CIL (Coordenadora das CT da Região de Lisboa), a Associação Conquistas da Revolução, o CPPC, o Teatro Extremo (Almada).
Informação sobre a preparação da greve geral estão a ser publicadas no sítio da CGTP-IN. O PCP também vai abrir no seu site um espaço de informação actualizada sobre o andamento da luta.