Já depois de ter destinado muitos milhares de milhões de euros para salvar a banca, em Junho do ano passado, o governo espanhol solicitou ajuda europeia para refinanciar o sistema financeiro.

Passado um ano, o sector mantém-se em estado de alerta, sendo certo que «será necessário mais dinheiro», segundo conclui Robert Tornabell, professor de Finanças da ESADE, escola superior de negócios sedeada em Barcelona.

Como referiu este especialista, em declarações à Lusa, dia 8, «haverá ainda mais fusões e integrações. Terminaremos com apenas cinco ou seis bancos em Espanha».

A gravidade da situação é reconhecida tanto pelo Banco de Espanha como pela troika, que admitem a eventualidade de mais processos de capitalização, face à evolução negativa da economia e à acumulação de créditos em risco.

Tornabell recorda que o Banco de Espanha calcula haver no sistema financeiro até 200 mil milhões de euros de créditos duvidosos.

Por outro lado, o governo de Madrid assumiu pesadas responsabilidades com a «nacionalização» de várias entidades falidas.

Um desses exemplos é a Catalunya Caixa, «que ninguém quer comprar e que só em 2012 acumulou perdas de 12 mil milhões de euros», observou Tornabell, salientando que o grosso do empréstimo à banca será pago pelos contribuintes.