PCP recebeu PS
O PCP recebeu anteontem uma delegação do PS, a pedido desta, dirigida pelo seu secretário-geral António José Seguro. À saída, em declarações à comunicação social, Jerónimo de Sousa (que encabeçou a delegação comunista, composta ainda pelos membros dos organismos do CC Jorge Cordeiro, Manuela Pinto Ângelo e Jorge Pires), afirmou que nesse encontro se manifestaram «algumas das mais significativas diferenças de opinião e mesmo divergências quanto às soluções e respostas» entre os dois partidos.
Segundo Jerónimo de Sousa, «expressámos ao PS a nossa convicção de que não há nem crescimento económico nem criação de emprego sem rejeitar o pacto de agressão; que não é possível dinamizar o investimento público e privado ou pôr o País a crescer sem renegociar a dívida e estabelecer, negociada ou unilateralmente, um montante para o serviço da dívida compatível com aqueles objectivos». A demissão do Governo e a realização de eleições são, sem dúvida, «uma exigência e um imperativo nacionais».
Porém, como realçou o Secretário-geral do PCP, a «questão essencial e decisiva reside em assegurar que à derrota do Governo se soma a ruptura com a política de direita, que se rejeitem e abandonem as manobras para perpetuar o pacto de agressão sem a troika, por via da subordinação às políticas e directivas da União Europeia como o PS sustenta e defende». Ou que se pretenda, de qualquer forma, «manter a política de austeridade e consolidação orçamental», como o PS explicitamente assumiu no seu recente congresso.
Para o PCP, garantiu Jerónimo de Sousa, só com uma política patriótica e de esquerda, é possível dar solução aos problemas nacionais e assegurar os direitos sociais dos trabalhadores e do povo. Os que «insistem em manter o País amarrado ao memorando de entendimento com a troika e subordinado à União Europeia e ao federalismo são responsáveis por bloquear o caminho para a política alternativa indispensável ao País», concluiu.