Agressão imperialista à Síria

Contra a ingerência

Milhares de pessoas manifestaram-se segunda-feira em Antakya (antiga Antioquia síria), na província de Hatay, na Turquia, contra a intervenção externa na vizinha Síria e acusaram o governo de Ancara de apoiar os grupos armados.

A população constata e rejeita o auxílio aos terroristas

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O protesto, também convocado para outras nove cidades do país, segundo informações do Conselho Mundial da Paz, ocorreu três dias depois de um atentado ter vitimado pelo menos 49 pessoas e ferido cerca de uma centena na localidade de Reyhanli.

«Pretendemos que o [nosso] governo abandone o seu apoio aos rebeldes islamitas», disse à AFP um dos participantes no protesto onde as autoridades turcas foram responsabilizadas pelo sucedido. Segundo a Lusa, na cidade capital de Hatay a população constata e rejeita o auxílio aos terroristas sírios. «Aqui, as pessoas simplesmente não pretendem ver mais jihadistas a passearem-se nas suas ruas», disse Mahir Mansuroglu, líder de um centro comunitário.

O Partido Republicano do Povo (CHP), por seu lado, considerou que «estas grandes manifestações são a consequência natural da política do governo», sublinhando que «cada vez que existe uma possibilidade real de diálogo na Síria, surge este género de acontecimento [atentados, provocações fronteiriças, etc.]». Em nome do CHP, Semir Baklaci acusou ainda a al-Qaida pelo ataque, cujo objectivo, disse, é promover uma intervenção militar na Síria.

No passado dia 19 de Abril, um deputado do CHP denunciou que aviões militares sauditas usam regularmente o espaço aéreo turco transportando armas e munições para os bandos mercenários, ponte aérea de abastecimento do conflito que o governo de Damasco vem revelando com insistência (Europa Press).

Intervenção militar

Muitos dos participantes na marcha em Antakya acusaram o primeiro-ministro turco de apresentar os atentados como justificação para que os EUA e a NATO intervenham abertamente na Síria. Recep Erdogan, que hoje se encontra em Washington com Barack Obama, insiste em acusar a Síria pelo massacre em Reyhanli, alegando ligações dos indivíduos entretanto detidos aos serviços secretos de Damasco. O seu ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou mesmo que governo liderado por Bashar al-Assad está vinculado a uma «velha organização marxista turca», pretensamente responsável pelos ataques de sábado. Ahmet Davutoglu concluiu apelando ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que «tome uma atitude mais firme».

Damasco, por seu lado, nega qualquer responsabilidade nas explosões que devastaram o centro de Reyhanli. Para o ministro da Informação da Síria, Omran al-Zoabi, citado pela Prensa Latina, o seu país é vítima de uma agressão internacional por parte das potências ocidentais e de estados do Médio Oriente, que armam e financiam a «oposição» armada, e necessita de apoio dos estados amigos para lhe pôr fim. Al-Zoabi garantiu, no entanto, que o povo e o exército sírios resistirão até à última gota de sangue, pois não lhes resta outra alternativa senão defender a integridade e soberania do território.



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