Espanhóis mobilizam-se pela saúde

Não à gestão privada

Em apenas seis dias, os organizadores do referendo contra a gestão privada da saúde recolheram mais de um milhão de votos, dos quais 924 733 directamente nas mesas de voto.

Um milhão de votos em seis dias

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A consulta, que se iniciou no dia 5 e terminou no dia 10, teve uma elevada adesão que surpreendeu os próprios organizadores, segundo noticiou a Efe.

Por toda a comunidade de Madrid foram colocadas 1399 mesas em que os cidadãos eram convidados a responder à pergunta: «É a favor de uma saúde com gestão pública, de qualidade e universal e contra a sua privatização e as leis que o permitem?».

Para além dos quase 925 mil votos recolhidos presencialmente, os organizadores receberam ainda 157 467 boletins via Internet, dos quais 55 924 de Madrid, 12 686 de Valência, 5168 de Alicante e 3803 provenientes de Las Palmas.

No dia 7, coincidindo com uma greve no sector da saúde convocada por dez sindicatos, o governo madrileno fez publicar o caderno de encargos para a entrega da gestão de seis unidades hospitalares. As autoridades regionais tencionam aplicar a mesma receita a 27 centros de saúde.

Procurando descredibilizar a iniciativa popular que estava a decorrer, o conselheiro da Saúde, Javier Fernández-Lasquetty, qualificou-a de «paródia» e de «simulação de consulta», alegando que um mesmo cidadão poderia votar várias vezes.

Porém, face ao êxito inegável do referendo, a plataforma organizadora, composta por 75 estruturas de trabalhadores, cidadãos e sindicatos, pretende agora entregar cópias de todas as assinaturas recolhidas na Assembleia de Madrid, no Congresso dos Deputados e no Senado. Querem igualmente solicitar reuniões a todos os partidos e irão apresentar moções contra a privatização em assembleias municipais.

Entretanto, na mesma semana, o Tribunal Constitucional anunciou que havia aceitado o pedido de inconstitucionalidade apresentado por 50 senadores socialistas contra a lei sobre medidas fiscais e administrativas da Comunidade de Madrid, onde se estabelece a entrega da gestão hospitalar a entidades privadas.

Para o secretário-geral do PSOE/Madrid, Tomás Gómez, a decisão dos magistrados é um mais passo para travar o desmantelamento do sistema de saúde da comunidade, que a privatização supõe.



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