Requisição civil na Grécia
O governo grego decretou a mobilização civil dos professores do secundário a partir de amanhã, 17, data em que o Sindicato do sector OLME tinha convocado um greve coincidindo com o início do período de exames.
Os professores que não acatem a ordem podem ser punidos com vários meses de prisão, avisou o ministro da Educação Pública, Konstantinos Arvanitópulos, no domingo, 12, considerando que é seu dever «garantir a realização dos exames de admissão às universidades».
O secretário-geral do sindicato, Zemis Kosifakis, citado pela Europa Press, qualificou o decreto de «vergonhoso e horroroso», sublinhando que não só proíbe o direito de greve mas também a possibilidade de ser convocada.
O sindicato OLME decidiu manter a convocação das assembleias de base para decidir sobre a realização da paralisação, em protesto contra as novas medidas de austeridade, que incluem o aumento das horas lectivas e os despedimentos de professores contratados.
As últimas greves dos professores na Grécia distinguiram-se pela sua duração.
Em 2006, os professores paralisaram durante 25 dias e em 1997 estiveram parados durante nove semanas, em ambos os casos por aumentos salariais, conseguindo ver satisfeitas parte das suas reivindicações.
Este ano é a terceira vez que o Governo grego recorre à requisição civil para travar a luta dos trabalhadores. Anteriormente as greves dos marinheiros, em Janeiro, e do Metro de Atenas, em Fevereiro, foram interrompidas por decretos governamentais.
A par do aumento da repressão e intimidação dos trabalhadores, os indicadores sociais prosseguem a sua escalada.
No dia 9, o instituto de estatística grego, Elstat, deu a conhecer um novo agravamento da taxa de desemprego.
Em Fevereiro, 27 por cento da população activa não tinha trabalho, contra 21,9 por cento no mês homólogo de 2012 e 26,7 por cento em Janeiro de 2013.
Quase dois terços dos jovens (64,2%) com idades entre os 15 e os 24 anos estão à procura de um emprego.