Firmes no rumo certo
Na quarta, quinta e sexta-feira, milhares de pessoas levaram a «Marcha contra o Empobrecimento» a ruas, avenidas e estradas de duas dezenas de localidades, afirmando o compromisso de prosseguir a luta pela mudança de política e de Governo, indispensável para garantir o progresso do País e vida melhor para o povo.
Da Marcha sai a garantia de que a luta não vai parar
Na manhã de quarta-feira, dia 10, em Grândola, teve lugar a primeira acção no distrito de Setúbal, com a presença solidária de representantes da Associação de Agricultores de Setúbal e dos presidentes das juntas de freguesia de Grândola e Carvalhal. À tarde, em Santiago do Cacém, ao lado dos trabalhadores da Administração Pública, da EDP, da GALP e outros, marcharam os vereadores Álvaro Beijinha e Margarida Santos. Aos objectivos gerais somou-se a luta pela reabertura de extensões de saúde encerradas e contra encerramento de estações dos CTT.
Também de tarde, e apesar do tempo chuvoso, centenas de pessoas, distinguindo-se trabalhadores da pesca, do sector corticeiro e de outras indústrias, manifestaram-se em Santa Maria da Feira, desde a Avenida 5 de Outubro (perto da Rohde encerrada), por várias ruas do centro, até à Câmara Municipal, onde intervieram Adelino Nunes, coordenador da União dos Sindicatos de Aveiro, e Arménio Carlos.
Ao fim da manhã de quinta-feira, dia 11, em Setúbal, cerca de dois mil trabalhadores deste concelho e de Palmela, das autarquias locais e outras áreas da Administração Pública, de empresas como a Lisnave, o Jumbo ou a Visteon e do parque da Autoeuropa, desfilaram até ao coreto, na Avenida Luísa Todi. Nuno Costa, da JF de São Sebastião, e Carla Guerreiro, vereadora da CM de Setúbal, expressaram apoio à luta por aumento de salários, contra os «bancos» de horas ou contra a discriminação salarial de enfermeiros, mas também contra a extinção de freguesias e em defesa do poder local democrático, do serviço público de transportes e de melhores cuidados de saúde.
De tarde, no concelho da Moita, cerca de 1500 manifestantes desfilaram de Alhos Vedros até à Baixa da Banheira. Para além dos temas de âmbito nacional, o protesto dirigiu-se contra a privatização da CP e da Linha do Sado, pela continuação dos CTT na Baixa da Banheira e contra a lei dos despejos.
Igualmente nessa tarde, em Coimbra, centenas de pessoas – trabalhadores no activo, de vários sectores, mas também reformados e desempregados –, com Arménio Carlos, Mário Nogueira e Deolinda Machado, entre outros dirigentes da CGTP-IN, marcharam da estação velha à Praça 8 de Maio.
O dia mais preenchido, nesta ponta final da Marcha, foi sexta-feira.
De manhã, houve acções no Entroncamento – com muitos trabalhadores ferroviários, o Secretário-geral da CGTP-IN e delegações do MUSP, da LOC e da Comissão de Reformados da CP – e no Barreiro. Aqui manifestaram-se cerca de 1800 pessoas, entre as quais estavam trabalhadores das autarquias locais, da EMEF, da Autoeuropa e empresas do seu parque industrial, enfermeiros. Tiveram especial peso, nas reivindicações, a defesa da EMEF e do pólo ferroviário, a revogação da lei dos despejos, a defesa das freguesias e do poder local democrático, a melhoria das funções sociais do Estado e dos serviços públicos, contra o encerramento dos Correios na Verderena e pela manutenção da Linha do Sado. Margarida Botelho da Comissão Política do PCP, Bruno Dias, deputado, Sofia Martins, vereadora, e Frederico Pereira, da Assembleia Municipal, prestaram solidariedade à luta.
De tarde, a União dos Sindicatos de Lisboa realizou concentrações e manifestações na Amadora (da Venda Nova à Câmara Municipal), em Algueirão Mem Martins (Sintra), Torres Vedras, Loures e Santa Iria de Azóia, Odivelas, Queluz de Baixo (Oeiras), Cascais e Vila Franca de Xira. Nesta interveio Arménio Carlos, enquanto o coordenador da USL, Libério Domingues, falou em Loures e Sintra.
No distrito de Leiria, realizaram-se duas concentrações na Marinha Grande (junto do estádio municipal e do centro de emprego), de onde partiram desfiles para a Rotunda do Vidreiro.
No Funchal, mais de duas centenas de manifestantes ligaram o Lido ao centro, passando na Quinta Vigia e no Palácio de São Lourenço, a criticar a dupla penalização dos madeirenses, com a acção do Governo Regional, e o Presidente da República, pela protecção ao Governo central.
Ainda nessa tarde, mais de três mil manifestantes dos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, marcharam entre a Cova da Piedade e Cacilhas, salientando-se exigências relativas à defesa do Arsenal do Alfeite público, à discriminação salarial de enfermeiros, à saúde e outros serviços públicos (contra o fecho dos Correios na Amora). Paula Santos, deputada do PCP, José Gonçalves, vereador da CM Almada e presidentes de várias juntas de freguesia também se integraram na manifestação. Arménio Carlos interveio em Cacilhas.
Cerca das 14.30 horas, em Santarém, um «cordão humano» de 200 pessoas percorreu a principal avenida da cidade e a principal rua de comércio. Pelas 18.30, realizou-se um grande desfile na cidade de Samora Correia, com mais de 300 pessoas. Com participação semelhante e à luz de tochas, foi feita uma hora depois a travessia da Ponte de Vila Franca de Xira, para passagem do testemunho da Marcha ao distrito de Lisboa. Estiveram presentes representantes das câmaras de Alpiarça e Benavente e das juntas de freguesia de Samora Correia e Benavente.