Assembleia da OR de Castelo Branco do PCP

Confiança no futuro

A IX Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco do PCP, reunida no sábado na Covilhã, traçou as linhas essenciais para o desenvolvimento do distrito e para o reforço do Partido. 

A luta de massas é o motor da transformação social

A assembleia, realizada, domingo, no auditório municipal da Covilhã, contou com a participação de largas dezenas de militantes do Partido oriundos das diversas organizações partidárias do distrito, e ainda de vários convidados. O Secretário-geral do Partido também marcou presença, encerrando a assembleia com uma intervenção na qual voltou a exigir a demissão do Governo e a realização de eleições antecipadas, pois «não há justificação para manter este Governo que conduziu o País para uma situação calamitosa e que pior ficará se ele continuar à frente do País».

Jerónimo de Sousa insistiu ainda na ideia de que há alternativa à política das troikas, e que esta se pode encontrar no «caminho novo e diferente como aquele que o PCP tem vindo a propor ao País». Um caminho que, precisou, traz novas soluções que «não se compadecem com a manutenção de um pacto de agressão que, pela sua natureza, não é reformável, nem com retoques no Governo e na sua política de desastre e abdicação nacional». É, ainda, um caminho que se faz na luta, uma luta que «é preciso continuar» e que atingirá os seus objectivos, confia o dirigente comunista.

Para o Secretário-geral do Partido, a «solução que serve o interesse nacional é a imediata renegociação da dívida toda e em todos os seus termos – montantes, juros e prazos – e não apenas nos prazos e curtos, como aqueles que se anunciam». A renegociação que o PCP defende, reafirmou, tem que garantir a criação de condições para o crescimento, para o aumento da produção nacional, do investimento e dos salários, pensões e reformas e pôr fim à imposição de juros agiotas, apurando e recusando o pagamento da parte ilegítima. Em 2012, o País pagou, só de juros, 7330 milhões de euros.

Travar o definhamento

Na abertura, Patrícia Machado, membro da Comissão Política e responsável por aquela organização regional, chamara já a atenção para a situação actual do distrito de Castelo Branco, onde as desigualdades, as injustiças, o empobrecimento, a destruição do aparelho produtivo e dos serviços públicos não cessam de aumentar. Tal como o desemprego, acrescentou a dirigente comunista, dando conta dos mais de 14 mil trabalhadores inscritos nos centros de emprego do distrito, mais de metade mulheres e cerca de 37 por cento jovens até aos 34 anos.

A contribuir decisivamente para este desemprego elevado está a destruição de empresas, afirmou Patrícia Machado, referindo as 240 insolvências em apenas quatro anos, em sectores tão diferentes como o comércio retalhista, a restauração, a construção civil e o sector automóvel. A destruição do aparelho produtivo também se sente no sector agrícola e florestal, onde centenas de explorações foram já liquidadas em consequência das dificuldades criadas pelas políticas europeia e nacional.

A dirigente comunista, remetendo para a resolução política que seria entretanto aprovada pela assembleia, destacou que a luta foi e continua a ser o «motor da transformação, da exigência de ruptura com a política de direita». Nos últimos anos «foram muitas as acções de luta dos trabalhadores e das populações», entre as quais se destaca as greves gerais e as manifestações nacionais, bem como as greves e protestos em empresas e sectores como a Carveste, as minas, as Águas do Alardo e a Resistrela, ou dos professores, funcionários públicos e trabalhadores da administração local. Entre as lutas referidas, conta-se ainda os protestos contra as portagens ou em defesa dos serviços de Saúde, da escola pública e dos CTT.

A assembleia deu também uma atenção especial à organização e intervenção do Partido, projectando linhas para o seu reforço. Destacando a intensa actividade realizada nos últimos anos, os comunistas de Castelo Branco pretendem «manter e reforçar o trabalho de ligação às massas, a organização nas empresas e locais de trabalho, a informação e propaganda, a formação ideológica, o reforço das receitas e da capacidade financeira do Partido, o recrutamento e a integração de novos militantes como condição essencial para este reforço».


Por um distrito desenvolvido

A situação do distrito de Castelo Branco está intimamente relacionada com o actual estado do País, confrontado com um brutal pacto de agressão que veio intensificar a política de direita prosseguida há mais de 35 anos. No quadro da política patriótica e de esquerda que o PCP defende para o País, os comunistas de Castelo Branco aprovaram na Assembleia da Organização Regional um conjunto de propostas para o desenvolvimento do distrito, ao nível institucional, do aparelho produtivo e das infra-estruturas e equipamentos colectivos.

Entre as propostas adiantadas, destaca-se a defesa do apoio aos sectores associativo e cooperativo agro-florestais; o aproveitamento integral dos recursos hídricos e do regadio da Cova da Beira e da Campina de Idanha; a facilitação do crédito, por via da Caixa Geral de Depósitos, a sectores como a agricultura e floresta, a indústria mineira e a componente de transformação e comercialização de minérios como o tungsténio, as indústrias têxtil, agro-alimentar e metalomecânica, a construção civil e o comércio tradicional. O Partido defende ainda, entre outras medidas, a redução do IVA nos bens produzidos no distrito (tendo como condição a manutenção ou aumento do número de postos de trabalho); a eliminação das portagens nas antigas SCUT da região; e o ordenamento e gestão da floresta. 

 



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