PCP contacta com motoristas de pesados de mercadorias

Combater a exploração

O PCP realizou, segunda-feira, no Parque TIR de Vilar Formoso, uma acção de contacto com os motoristas de transporte de mercadorias, confrontados com dramáticas condições de trabalho.

A unidade é fundamental para defender e recuperar direitos

Image 12912

Participaram na acção Bruno Dias, deputado e membro do Comité Central, Júlio Vintém, igualmente do Comité Central, e José Gil, membro da Direcção da Organização Regional de Coimbra do Partido. Nesta acção, os comunistas contactaram com cerca de uma centena de trabalhadores, debatendo com eles os principais problemas que os afectam e perspectivando caminhos para os superar. Em várias conversas que manteve com os motoristas, o deputado Bruno Dias destacou a importância da unidade dos trabalhadores do sector para o desenvolvimento da luta em defesa dos direitos e condições de trabalho. O deputado comunistas salientou ainda o papel desempenhado pelo PCP na Assembleia da República, nomeadamente na apresentação de diversas propostas legislativas em defesa do sector e dos trabalhadores.

No comunicado distribuído durante a acção, o PCP denuncia as políticas laborais dos sucessivos governos e o bloqueio da contratação colectiva levada a cabo nas próprias empresas, que fazem do motorista a «peça mais barata do camião». Entre o imenso rol de ilegalidades e indignidades praticadas contra os motoristas com o objectivo único de baixar o custo da mão-de-obra, o PCP salienta o facto de em muitos casos a obtenção do Certificado de Aptidão para Motorista e do Cartão Tacógrafo Digital (ambos indispensáveis para a prática da profissão) ter que ser custeada pelos próprios trabalhadores.

O Partido denuncia ainda as pressões exercidas para que os trabalhadores aumentem o já de si longo horário de trabalho (chega a atingir 16 e mais horas diárias), pondo assim em risco não só a vida dos próprios motoristas como a de todos os que circulam pelas estradas. O abaixamento do valor do trabalho extraordinário e da cláusula 74.ª provocou a redução drástica dos rendimentos do trabalho, ao ponto de os motoristas levarem para casa menos dinheiro do que há 10 anos.

Respeito pelos direitos conquistados

Mas há mais: no sector do transporte internacional, é tal o grau de desregulação dos horários que há motoristas que «saem de Portugal com a indicação de que vão estar fora uma semana e acabam por estar três semanas ou mais». Outra situação chocante é o incumprimento por muitas empresas da obrigatoriedade de adiantamento aos motoristas do valor das despesas com a viagens e com o próprio – isto leva a que muitos destes trabalhadores estejam vários dias com alimentação insuficiente e tenham que recorrer à solidariedade de outros para colmatarem estas insuficiências.

Em muitas empresas, denuncia ainda o Partido, trabalhadores com vínculos efectivos são marginalizados, ou «encostados», sem atribuição de trabalho como forma de pressão para abandonarem as empresas, ao mesmo tempo que se substitui o salário por pagamento ao quilómetro, à tonelagem ou à viagem – o que, uma vez mais, se repercute na redução do valor da retribuição. O PCP alerta ainda para a intenção do patronato do sector de retirar os tempos de espera e descarga do «período normal de trabalho», o que levaria a um efectivo aumento do horário e da exploração.

O PCP defende o respeito pelos direitos consagrados no contrato colectivo de trabalho; o desbloqueamento na contratação colectiva; o aumento salarial e das restantes rubricas pecuniárias; a formação profissional contínua; o pagamento pelas empresas do custos com a renovação do CAM; a resolução da sensível questão da reforma destes profissionais.



Mais artigos de: PCP

PCP exige tarifas reguladas

Para o PCP, o aumento dos custos da energia eléctrica, após a sua liberalização e a consequente extinção das tarifas reguladas, como concluiu anteontem a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), «não tem nada de surpreendente», tendo...

Valorizar o trabalho e os trabalhadores

LUSA Portugal vive um período particularmente grave da sua história. A crise em que o País está mergulhado, os retrocessos verificados nas condições de vida dos trabalhadores e a situação dramática em que hoje vivem milhares de...

Tomar Partido

O PCP, temo-lo dito e redito, é um partido diferente dos que são todos iguais. A prová-lo está a sua história, a sua natureza, o seu funcionamento, os seus objectivos, o seu projecto e sobretudo os seus militantes: aqueles milhares e milhares de homens, mulheres e jovens que, ao longo de gerações, deram o melhor de si à luta dos trabalhadores e do povo, com uma dedicação e empenho sem paralelo em nenhuma outra força política.

Hoje, numa situação particularmente difícil para os trabalhadores e para o povo, em que tantas e tão grandes ameaças pairam sobre o nosso devir colectivo, é com a mesma generosidade e empenho que milhares e milhares de pessoas se juntam ao Partido, prontos a dar o seu tempo, as suas energias, a sua inteligência e as suas capacidades ao Partido, ou seja, à causa da emancipação dos trabalhadores. 

Defender o direito à mobilidade

Em diversos pontos do País trava-se a luta em defesa de um sistema público de transporte de passageiros, ao serviço dos utentes. O PCP está no seu posto.

Força transformadora

Continuam por todo o País as comemorações do aniversário do PCP, em centenas de iniciativas comemorativas que reúnem milhares de militantes e simpatizantes.

Nova cruzada contra a agricultura

LUSA O PCP acusa o Governo de ter lançado uma nova ofensiva na sua «cruzada contra os pequenos e médios agricultores, a agricultura nacional e a soberania alimentar do País»: as alterações fiscais para o sector constantes no Orçamento do...

Comemorações continuam

Estreia no sábado, em Moura, e no domingo, em Almada, a adaptação para o teatro do conto infantil de Álvaro Cunhal «Os Barrigas e os Magriços», uma produção do Teatro Fórum de Moura em parceria com o Teatro Extremo. Para informações ou...

Dados confirmam afundamento

O PCP comentou, através de um comunicado do seu Gabinete de Imprensa, os dados divulgados pelo INE relativos ao défice orçamental registado no ano passado, que dão conta de um défice de 6,4 por cento, quando a previsão do Governo apontava para os 4,5 por cento. Quanto à...

Valorizar os criadores

O PCP assinalou o Dia Mundial do Teatro com a visita de uma delegação, constituída por Jerónimo de Sousa, José Casanova e Daniel Branco, ao auditório Lurdes Norberto, em Oeiras, onde foi recebida pela direcção artística do Intervalo – Grupo de Teatro....