Lutas nos locais de trabalho ganham expressão pública

As ruas são do povo

Numa se­mana em que se mul­ti­pli­caram as ma­ni­fes­ta­ções de des­con­ten­ta­mento e pro­testo contra a po­lí­tica do Go­verno e contra me­didas que a põem em prá­tica, des­ta­caram-se as lutas de âm­bito na­ci­onal re­a­li­zadas pelos pro­fes­sores e pelos tra­ba­lha­dores do sector em­pre­sa­rial local. Na Ad­mi­nis­tração Pú­blica cresce agora a mo­bi­li­zação para a grande ma­ni­fes­tação na­ci­onal de 15 de Março.

Foram con­se­guidos re­cuos na ex­tinção de em­presas mu­ni­ci­pais

Image 12618

Não deixar ao ca­pital e ao Go­verno um dia sem luta na rua – com­pro­misso afir­mado pela CGTP-IN e pelos muitos mi­lhares de pes­soas que par­ti­ci­param nas ma­ni­fes­ta­ções de 16 de Fe­ve­reiro, em 24 ci­dades – é a res­posta à po­lí­tica de em­po­bre­ci­mento dos tra­ba­lha­dores e agra­va­mento da ex­plo­ração, que não dá des­canso ao povo. De ou­tras im­por­tantes ac­ções, damos conta nas pá­ginas se­guintes.

A de­fesa do sector em­pre­sa­rial local, que deve passar para rein­te­gração nos mu­ni­cí­pios das ac­ti­vi­dades a cargo das em­presas mu­ni­ci­pais – em vez da ex­tinção destas e da pri­va­ti­zação dos ser­viços que as­se­guram, o que co­lo­caria no de­sem­prego cerca de dez mil tra­ba­lha­dores – foi o mo­tivo da série de ple­ná­rios e con­cen­tra­ções que o Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Local re­a­lizou no dia 20. Na re­lação das prin­ci­pais ac­ções, o STAL/​CGTP-IN in­cluiu os con­ce­lhos de Aveiro, Beja, Vi­eira do Minho, Évora, Faro, Leiria, Sintra, Loures, Meda e vá­rios ou­tros nos dis­tritos da Guarda, San­tarém e Porto. Cen­tenas de tra­ba­lha­dores mar­caram pre­sença nas reu­niões das câ­maras mu­ni­ci­pais de Loures e Sintra e de­ci­diram voltar a com­pa­recer nas res­pec­tivas as­sem­bleias mu­ni­ci­pais, mar­cadas para ontem e hoje. Em Al­cácer do Sal, no dia 21, a po­sição dos tra­ba­lha­dores levou a mai­oria PS na Câ­mara a re­cuar na ex­tinção da EM­SUAS.

Na «se­mana de luto e em luta» dos pro­fes­sores, que a Fen­prof e os seus sin­di­catos le­varam a cabo entre os dias 18 e 22, dando vi­si­bi­li­dade à luta em de­fesa da pro­fissão do­cente e da es­cola pú­blica, ficou pa­tente uma grande dis­po­ni­bi­li­dade para as lutas que forem ne­ces­sá­rias, como foi sa­li­en­tado na con­fe­rência de im­prensa que en­cerrou a acção. Na sexta-feira, à porta do MEC, Mário No­gueira as­se­gurou que o com­bate vai pros­se­guir, desde já com a mo­bi­li­zação para a ma­ni­fes­tação na­ci­onal de todo o pes­soal da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, no dia 15, em Lisboa.

Faixas ne­gras em cen­tenas de es­colas, con­fe­rên­cias de im­prensa em lo­cais pú­blicos e uma con­cen­tração em Cas­telo Branco, no dia 18, foram as formas en­con­tradas para os pro­fes­sores ex­pli­carem porque exigem a de­missão do Go­verno e a mu­dança de po­lí­ticas, de­sig­na­da­mente quanto ao cres­ci­mento alar­mante do de­sem­prego e da ins­ta­bi­li­dade pro­fis­si­onal, com re­flexos muito ne­ga­tivos na qua­li­dade de en­sino; quanto à de­gra­dação dos sa­lá­rios, em cerca de 30 por cento, nos úl­timos três anos (perda cor­res­pon­dente a quatro ven­ci­mentos men­sais); quanto à es­tra­tégia de­su­ma­ni­zante dos mega-agru­pa­mentos e ao ca­minho er­rado da mu­ni­ci­pa­li­zação da edu­cação; quanto à si­tu­ação gra­vís­sima vi­vida no En­sino Su­pe­rior.




Mais artigos de: Em Foco

Rumo ao levantamento nacional

Os anos que vão da he­róica fuga de Pe­niche, em Ja­neiro de 1960, à ma­dru­gada li­ber­ta­dora de 25 de Abril de 1974 foram par­ti­cu­lar­mente in­tensos. Na sequência da rec­ti­fi­cação do desvio de di­reita, o Par­tido alarga as suas fi­leiras e cla­ri­fica a sua tác­tica e es­tra­tégia, num pro­cesso que cul­mina na apro­vação, no VI Con­gresso, do Pro­grama para a Re­vo­lução De­mo­crá­tica e Na­ci­onal, já com Álvaro Cu­nhal como Se­cre­tário-geral (cargo para o qual fora eleito em 1961). 

Um Partido Comunista forte e revolucionário

A fuga de Peniche, que devolveu à luta contra o fascismo Álvaro Cunhal e outros destacados dirigentes e militantes comunistas, permitiu que o Partido superasse, num curto espaço de tempo, as dificuldades que vinha sentindo desde meados da década de 50. Estas...

Álvaro Cunhal, Secretário-geral do PCP

Álvaro Cunhal foi eleito Secretário-geral do PCP na reunião de Março de 1961 do Comité Central. O Avante!, na edição de Abril, dá destaque de primeira página a essa importante eleição: «Álvaro Cunhal, que...

Álvaro Cunhal: anos 60 e 70

O Programa para a Revolução Democrática e Nacional O Programa do PCP aprovado no VI Congresso definiu o carácter de classe da ditadura fascista, classificando-a como a «ditadura terrorista dos monopólios, associados ao imperialismo estrangeiro, e...