Álvaro Cunhal, Secretário-geral do PCP
Álvaro Cunhal foi eleito Secretário-geral do PCP na reunião de Março de 1961 do Comité Central. O Avante!, na edição de Abril, dá destaque de primeira página a essa importante eleição: «Álvaro Cunhal, que pela sua total dedicação ao Partido e ao povo, pela sua fidelidade aos princípios do marxismo-leninismo, pelas suas qualidades de carácter, capacidade de trabalho e inteligência, conquistou a confiança de todos os membros do Partido, foi, desde 1942, o mais dedicado obreiro da transformação do nosso Partido num grande Partido nacional.» Esta eleição é tanto mais significativa quanto o Partido se encontrava sem secretário-geral desde a morte de Bento Gonçalves, em 1942, e na prática desde a prisão deste, em 1935.
Em Setembro desse ano, o órgão central do Partido saúda a chegada em segurança do Secretário-geral à União Soviética. Tal feito, fintando a feroz perseguição da PIDE, constituía «uma vitória do Partido e das forças democráticas».
Embora se encontrasse fora do País, Álvaro Cunhal manteve sempre uma ligação próxima à realidade nacional, tendo um papel decisivo na direcção do Partido e na definição da sua linha política, ao mesmo tempo que assume protagonismo no movimento comunista internacional. No Avante! de Julho de 1969 (só para citar um exemplo) destaca-se a participação do PCP na Conferência Internacional dos Partidos Comunistas e Operários, realizada no mês anterior, e a intervenção aí proferida por Álvaro Cunhal, que encabeçava a delegação do PCP. As entrevistas que dá a jornais e rádios internacionais sobre a situação em Portugal e a via proposta pelo Partido também serão reflectidas no órgão central do Partido.
O seu regresso ao País dá-se a 30 de Abril de 1974 e no dia seguinte dirige-se pela primeira vez, de viva voz, aos trabalhadores e ao povo aos quais dedicou toda a sua vida.