15 jornadas de luta para salvar a Iberia

Greve total contra despedimentos

Os trabalhadores da companhia aérea espanhola Iberia iniciaram, na segunda-feira, 18, uma prolongada greve de três semanas, para travar o plano de reestruturação e a destruição massiva de postos de trabalho.

Iberia não se vende, defende-se

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À paralisação desta semana, que termina amanhã, sexta-feira, 22, seguir-se-ão dois novos períodos de greve, entre 4 e 8 de Março e entre 18 e 22 do mesmo mês, em que para além dos trabalhadores de terra e do pessoal de cabine participam igualmente os pilotos.

Nesta que é já considerada a maior greve na história da transportadora, os trabalhadores contestam os planos de reestruturação da empresa que, entre outras medidas, visam a extinção de 3807 postos de trabalho, ou seja,19 por cento dos cerca de 20 mil actualmente existentes.

O plano prevê ainda reduções salariais e a supressão de 15 por cento dos voos regulares da companhia.

Segundo os sindicatos, a adesão está a ser total, tendo provocado só na primeira jornada a anulação de 236 voos, dos quais 81 da Iberia e os restantes das suas filiais Iberia Express, Air Nostrum e Vueling.

«Nenhum tripulante, trabalhador de assistência em terra, técnico de manutenção ou administrativo não escalado para os serviços mínimos se apresentou no seu local de trabalho», asseguraram ao El País representantes dos seis sindicatos que convocaram a greve.

Os serviços mínimos impostos pelo governo cobrem 100 por cento dos voos para as Canárias, Baleares, Ceuta e Melilla, 50 por cento dos voos internacionais e nacionais de mais de 500 quilómetros e ainda 25 por cento dos trajectos nacionais com menos de 500 quilómetros.

Ainda assim, calcula-se que nos primeiros cinco dias da paralisação mais de 70 mil passageiros vejam cancelados cerca de 1200 voos, sendo reembolsados ou encaminhados para carreiras alternativas.

Durante a manhã de segunda-feira, os trabalhadores em greve realizaram marchas lentas com as suas viaturas, provocando grandes engarrafamentos nos acessos ao aeroporto de Barajas, em Madrid.

Por volta do meio-dia, após um desfile de oito quilómetros entre a zona industrial e Barajas, milhares de grevistas confluíram para o terminal 4, onde foram alvo de agressões da polícia que barrava o acesso ao edifício.

No entanto, a batalha acabou por ser ganha pelos manifestantes que conseguiram vencer o cordão policial e ocuparam as instalações gritando a palavra de ordem «Iberia não se vende, defende-se».

Na acção, pelo menos cinco trabalhadores foram detidos, havendo ainda a registar um ferido nos confrontos com os agentes.

Na mesma altura, decorriam manifestações e concentrações em todos os aeroportos de Espanha.

Um povo em luta

A confirmar o clima de permanente agitação social que se vive em Espanha, milhares de pessoas saíram à rua, no sábado, 16, em meia centena de cidades para exigir o fim dos despejos e defender o direito elementar à habitação.

Em Madrid, os manifestantes desfilaram desde a Praça Colón até à emblemática Praça do Sol. Concentrações importantes tiveram também lugar em cidades como Barcelona, Bilbau, San Sebastián, Granada, La Rioja, Lanzarote, Maiorca, Múrcia, Valência, Valladolid, Samora, Saragoça, Albacete, Alicante, Sevilha e Huelva.

As acções tiveram ainda como objectivo demonstrar apoio à Iniciativa Legislativa Popular que pretende consagrar na lei a liquidação das dívidas aos bancos mediante a entrega das habitações.

Neste momento, apesar de despejadas das suas casas, as famílias continuam a ser devedoras.

Segundo a organização «Stop aos Despejos», desde o início da crise, em 2008, os bancos accionaram mais de 400 mil acções de despejo, calculando-se que por dia 500 famílias percam assim a sua casa.



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