Audição do PCP

Projectos e ambiente

Na sequência da proposta da Comissão Europeia de alteração da directiva sobre a avaliação dos impactos ambientais de determinados projectos públicos e privados, os deputados do PCP no Parlamento Europeu promoveram, dia 15, uma audição para auscultar especialistas e organizações ambientalistas.

Na sessão, introduzida por Vladimiro Vale, membro da Comissão Política do PCP, e pelo deputado João Ferreira, membro do CC do PCP, da Comissão do Ambiente do Parlamento Europeu e um dos relatores sombra deste dossier, estiveram representantes da Quercus, do GEOTA, da Associação Portuguesa de Avaliação de Impactes, do Instituto Ricardo Jorge e da EDP.

Da proposta da Comissão, ressalta a intenção de limitar a avaliação dos impactos ambientais aos grandes projectos, aspecto que levanta a questão da definição dos critérios de isenção, podendo existir aqui o perigo de um retrocesso.

Por outro lado, a par da necessidade de certificação dos técnicos e normalização de metodologias com vista a garantir a qualidade dos estudos, foi defendido o direito de iniciativa por parte das organizações não governamentais e das autarquias locais, no sentido de poderem exigir um estudo de impacto ambiental, que incluísse nomeadamente a componente de saúde pública.

Por outro lado, como referiu Vladimiro Vale logo na abertura da audição, as principais preocupações do PCP relacionam-se com o crescente esvaziamento e incapacitação dos organismos públicos para darem respostas nesta área, onde o Estado devia ter uma maior intervenção. A isto acresce a facilitação de procedimentos aos grandes grupos económicos, cujos empreendimentos são muitas vezes avaliados não pelo seu impacto ambiental mas pelo seu impacto económico.

De resto, a responsabilidade dos governos em flagrantes atropelos à lei é ainda verificável em grandes projectos público-privados que, em vários casos, têm contornado os requisitos ambientais, mediante a mera invocação do «interesse público».

Reconhecendo que a prerrogativa da definição do interesse público é parte inalienável da soberania, alguns intervenientes na audição defenderam que os estados deviam estar obrigados a fundamentar em concreto tal interesse público, lembrando que alguns projectos, designadamente a multiplicação de auto-estradas sem tráfego que as justifique, dificilmente se pode enquadrar nesse conceito.



Mais artigos de: Europa

Greve total contra despedimentos

Os trabalhadores da companhia aérea espanhola Iberia iniciaram, na segunda-feira, 18, uma prolongada greve de três semanas, para travar o plano de reestruturação e a destruição massiva de postos de trabalho.

Libertem Ocalan

Entre dez mil e 45 mil curdos, segundo dados da polícia e dos organizadores, manifestaram-se, no sábado, 16, em Estrasburgo para exigir a libertação de Abdullah Ocalan e a identificação dos assassinos de três activistas.

No 36.º Congresso do PCF

O PCP fez-se representar no 36.º Congresso do Partido Comunista Francês, que decorreu de 7 a 10 de Fevereiro, nos arredores de Paris, sob o lema «A força da partilha», palavra de ordem que decorre da integração do PCF na Frente de Esquerda, que integra também o Partido...

Búlgaros na rua

Em protesto contra o aumento dos preços da energia e reclamando a renacionalização das companhias fornecedoras, milhares de búlgaros manifestaram-se, dia 10, em várias cidades do país, designadamente na capital Sofia, Varna e Plovdiv. Os preços...

Deve e haver

A proposta de Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, aprovada no último Conselho Europeu, merece atenta reflexão e análise. Esta é uma questão da maior importância. Não apenas para uma melhor e mais actual caracterização do...