Lutar e vencer
Mesmo numa conjuntura extremamente adversa, a unidade e a luta dos trabalhadores continuam a alcançar vitórias pontuais, que dão ânimo para prosseguir o combate.
Ofereceram bacalhau, mas não ao delegado sindical
Em reunião geral de trabalhadores da Visteon, no fim de Janeiro, foi decidido não comparecer ao trabalho na terça-feira de Carnaval. Foram também recusadas as hipóteses de trabalhar meio dia ou participar numa «festa», como pretendia a administração.
No dia 7, a União dos Sindicatos de Setúbal e o SIESI/CGTP-IN revelaram que esta posição firme das trabalhadoras teve como consequência que a empresa viesse declarar que os trabalhadores teriam o feriado de Carnaval, tal como sempre tiveram ao longo de 20 anos.
As trabalhadoras da limpeza da CP, em Santa Apolónia, na Linha do Sul e em Faro, organizadas no STAD/CGTP-IN, conseguiram recuperar o subsídio de transporte e os valores devidos pelo trabalho prestado aos domingos, bem como as horas nocturnas, revelou na semana passada a União dos Sindicatos de Lisboa.
A GSET ganhou a prestação de serviço e substituiu a ESABE, desde 1 de Setembro. Havia quatro meses que esta última empresa tinha deixado de pagar o subsídio de transporte, os domingos e as horas nocturnas. Apresentando recibos de salário, os trabalhadores provaram à GSET que o normal era receberem estas verbas e a empresa, a 2 de Outubro, até se comprometeu a regularizar os pagamentos. Como o compromisso demorava a ser concretizado, foi decidido desencadear um processo de luta, que incluiu a marcação de uma concentração, com greve, para 30 de Novembro, à porta da empresa. A pedido da empresa, realizou-se dois dias antes uma reunião com o STAD e no dia 4 de Janeiro foi concluído um acordo quanto aos valores em dívida e à data de pagamento, bem como sobre o gozo de férias e o pagamento do respectivo subsídio.
Em Paio Pires, concelho do Seixal, a administração da ELO, Fábrica Nacional de Material Automóvel, foi obrigada pela ACT a entregar um bacalhau ao delegado sindical do SITE Sul. O sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN revelou dia 8, numa nota à imprensa, que os responsáveis dos Recursos Humanos da empresa decidiram oferecer, no passado Natal, um bacalhau a cada trabalhador, mas excluíram o delegado sindical. A ACT foi solicitada a intervir, contra esta discriminação directa que «é parte da prepotência e da falta de liberdade» na ELO. No dia 16 de Janeiro foi dada a conhecer a decisão.