Um povo levantado

Pedro Guerreiro

«Pro­grama aponta como ob­jec­tivo a edi­fi­cação de uma Pá­tria In­de­pen­dente e So­ci­a­lista»

O dia 10 de Ja­neiro de 2013 ficou mar­cado por uma nova e im­por­tante jor­nada de luta em de­fesa, pela con­so­li­dação e avanço da Re­vo­lução Bo­li­va­riana ve­ne­zu­e­lana.

Face às ma­no­bras de­ses­ta­bi­li­za­doras e pro­vo­ca­tó­rias das forças re­a­ci­o­ná­rias e gol­pistas, os tra­ba­lha­dores e o povo ve­ne­zu­e­lano le­van­taram-se, uma vez mais, em de­fesa e pelo res­peito da sua Cons­ti­tuição e ins­ti­tui­ções de­mo­crá­ticas, da so­be­rania po­pular ex­pressa na re­e­leição de Hugo Chávez como Pre­si­dente da Re­pú­blica Bo­li­va­riana da Ve­ne­zuela, a 7 de Ou­tubro pas­sado.

Uma jor­nada de luta que contou com a ex­pressão da so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista das forças re­vo­lu­ci­o­ná­rias e pro­gres­sistas da Amé­rica La­tina e igual­mente de ou­tras partes do mundo.

Uma tão grande e sig­ni­fi­ca­tiva mo­bi­li­zação de massas que, em­bora si­len­ciada pelos mesmos meios de in­for­mação que deram voz e ins­ti­garam as ac­tuais ma­no­bras de in­triga e de di­vi­si­o­nismo, lhes deu uma firme res­posta.

O que dói às forças re­a­ci­o­ná­rias na Ve­ne­zuela e ao im­pe­ri­a­lismo é que ao longo dos úl­timos 14 anos, ul­tra­pas­sando in­su­fi­ci­ên­cias, en­con­trando so­lu­ções para com­plexos pro­blemas e ven­cendo duras provas – como o boi­cote eco­nó­mico, o gol­pismo, a vi­o­lência, a per­ma­nente pro­vo­cação e a men­tira, ou a in­ge­rência e a de­ses­ta­bi­li­zação ex­terna –, a Re­vo­lução Bo­li­va­riana avançou, mo­bi­li­zando e unindo os tra­ba­lha­dores e o povo para to­marem nas suas mãos a cons­trução do ca­minho que dê res­posta às suas ne­ces­si­dades e con­cre­tize as suas le­gí­timas e justas as­pi­ra­ções.

O que lhes dói (e tudo fazem para si­len­ciar ou es­ca­mo­tear) é que a Re­vo­lução ve­ne­zu­e­lana mo­bi­lize os re­cursos e a pro­dução do País em prol da sa­tis­fação das ne­ces­si­dades do povo; as­se­gure a pres­tação de cui­dados de saúde; er­ra­dique o anal­fa­be­tismo e uni­ver­sa­lize o acesso a todos os ní­veis de en­sino; pro­mova a in­for­mação, o saber, a cul­tura e as ex­pres­sões ar­tís­ticas; dê res­posta pro­gres­siva ao acesso a ser­viços bá­sicos fun­da­men­tais, como a elec­tri­ci­dade, a água po­tável ou o sa­ne­a­mento bá­sico, e a uma ha­bi­tação con­digna; au­mente o valor das re­formas e o nú­mero da­queles que as re­cebem; pro­mova e alargue o âm­bito da se­gu­rança so­cial; re­duza sig­ni­fi­ca­ti­va­mente a po­breza; as­se­gure uma cada vez mais justa re­dis­tri­buição da ri­queza criada; as­se­gure di­reitos la­bo­rais dos tra­ba­lha­dores; di­minua de forma ex­pres­siva o de­sem­prego; au­mente con­se­cu­ti­va­mente o sa­lário mí­nimo; in­vista na pro­dução na­ci­onal; na­ci­o­na­lize em­presas em sec­tores es­tra­té­gicos para a con­cre­ti­zação do plano de de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial do País; di­minua a de­pen­dência ex­terna; sal­va­guarde e afirme a sua so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­onal; pro­mova e di­ver­si­fique as suas re­la­ções de ami­zade, de paz e so­li­da­ri­e­dade com ou­tros países; ou avance com pro­cessos de co­o­pe­ração de âm­bito re­gi­onal com ca­rácter anti-im­pe­ri­a­lista, como a ALBA, e pro­cessos de afir­mação so­be­rana não sub­me­tidos ao do­mínio dos EUA, como a CELAC.

A Re­vo­lução Bo­li­va­riana con­fronta-se com um com­plexo e di­fícil mo­mento que co­loca como exi­gência fun­da­mental a re­a­fir­mação e o for­ta­le­ci­mento da uni­dade das forças po­pu­lares, de todas as forças re­vo­lu­ci­o­ná­rias e pa­trió­ticas reu­nidas no Grande Pólo Pa­trió­tico, da Força Ar­mada Na­ci­onal Bo­li­va­riana, para a sal­va­guarda das his­tó­ricas con­quistas dos tra­ba­lha­dores e povo ve­ne­zu­e­lano e da sua so­be­rania na­ci­onal e para o pros­se­gui­mento do amplo e con­se­cu­tivo pro­grama de trans­for­mação so­cial, que aponta como ob­jec­tivo a edi­fi­cação de uma «Pá­tria In­de­pen­dente e So­ci­a­lista».

Face à firme e com­ba­tiva luta dos tra­ba­lha­dores e do povo ve­ne­zu­e­lano e das suas forças re­vo­lu­ci­o­ná­rias, pe­rante os enormes de­sa­fios que se lhes co­locam e a per­ma­nente acção de­ses­ta­bi­li­za­dora e pro­vo­ca­tória das forças re­a­ci­o­ná­rias e gol­pistas e a in­ge­rência im­pe­ri­a­lista, impõe-se uma ac­tiva so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista.

 



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