Dos Açores, veio o alerta para as «graves dificuldades que todos vão enfrentar» devido ao Orçamento do Estado para 2013. Face à situação, a CDU da Terceira espera que o Governo Regional «possa criar medidas específicas para minorar os efeitos da crise nacional que já atinge a Região Autónoma». «A Assembleia Legislativa dos Açores deve fazer um esforço pluripartidário para encontrar caminhos que possam travar algumas das medidas que o Governo da República está a tentar implementar», defende a CDU, sublinhando que o PSD e o CDS regional têm de «colocar o interesse dos Açores acima das suas ligações partidárias».

«O aumento da pobreza e da exclusão social nos Açores é uma realidade dramática, tendo como referência os números do Banco de Portugal em 2009, que apontavam para 50 mil açorianos a viverem com menos de 400 euros por mês e mais de 31 mil famílias com 540 euros mensais, contabilizando o subsídio de férias e de Natal», salientam os comunistas dos Açores, dando ainda conta de que «um trabalhador açoriano ganha menos 87 euros do que qualquer outro trabalhador português». Ao mesmo tempo, acrescentam, «verifica-se o maior aumento no atraso e falta de pagamentos de remunerações, subsídios, bem como das contribuições para a Segurança Social».

No documento enviado às redacções, os eleitos do PCP manifestam ainda a sua preocupação com o nível do desemprego já atingido nos Açores, com as enormes dificuldades de acesso ao mercado de emprego, designadamente por parte dos jovens e dos trabalhadores mais idosos, com o aumento crescente da precariedade, nomeadamente dos contratos a prazo e do trabalho temporário, que criam cada vez mais instabilidade e insegurança na vida das pessoas, levando muitos açorianos a emigrar, como se confirmou nos Censos 2011. Face a esta situação, a CDU apela para que a Secretaria Regional da Solidariedade Social reforce a sua actuação no decurso deste ano, «para minimizar os efeitos crescentes do desemprego».

Os comunistas solidarizam-se ainda com todos os trabalhadores da Base das Lajes que vão ser despedidos, e reclamam ao Governo Regional que exija ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que encontre formas de minimizar os efeitos do desemprego, bem como as consequências na economia da Ilha Terceira, que vai ser fortemente afectada. «O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem de assumir a responsabilidade de um plano compensatório, na sequência do Acordo Luso Americano, que não salvaguardou os interesses dos Açores e particularmente dos terceirenses», acusa a CDU.