Prostituição no Bairro do Grilo

Na sequência das recentes notícias divulgadas na comunicação social sobre o Bairro do Grilo, em Viseu, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) manifestou algumas inquietações relativamente ao problema da prostituição, que está, na maioria dos casos, ligado a causas associadas à pobreza, ao racismo, à migração, à desigualdade, à discriminação e ao colapso económico. «É fundamental conhecer as situações concretas vividas pelas mulheres envolvidas», salienta, em nota de imprensa, o MDM, interrogando: «Que esforço tem sido feito pelas entidades competentes nesta matéria»?

Relativamente à situação de abordagem realizada pelas forças de segurança a mulheres que alegadamente se prostituem e se encontram nas proximidades de Ranhados, o Movimento questiona se «estarão as forças de segurança, pressionadas socialmente, a lidar com os problemas divulgados da forma mais adequada», se «não estará a decorrer um processo repressivo sobre as mulheres, deixando fora de toda e qualquer responsabilidade os homens que as procuram».

De igual forma, o MDM pergunta se «a imprensa, que promove este “negócio”, não está isenta de responsabilidades», se «existe ou não proxenetismo», «a quem serve esta “indústria”» e, finalmente, se «não há, efectivamente, forma de apurar responsabilidades nesta matéria».

«Num contexto político em que se questiona até o direito a ter direitos, sublinhamos que defender os direitos das mulheres, lutar pela sua dignidade, no respeito pela sua condição e no reconhecimento do seu estatuto social, passa também pela recusa intransigente de qualquer promoção do lenocínio encapotado ou não, pela exigếncia de novos caminhos para o País e para as mulheres, na prossecução dos direitos ao trabalho e ao emprego estável, direito à saúde, educação, segurança e protecção sociais, e pela criação de medidas de protecção das mulheres prostituídas, criando condições efectivas para a sua inserção social, em nome dos valores da igualdade, justiça, desenvolvimento e progresso», defende o MDM. Ainda este mês, o Movimento vai realizar uma iniciativa pública sobre esta questão, dinamizada, entre outros convidados, por Sandra Benfica, responsável pelo Projecto «Tráfico de Mulheres – Romper Silêncios».



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