O maior massacre é a ocupação
Praticamente ao mesmo tempo, em Lisboa e no Porto, centenas de pessoas concentraram-se no dia 22 para repudiar os mais recentes massacres cometidos pelas Forças Armadas de Israel contra a população palestina da Faixa de Gaza. As acções foram promovidas por um grupo de associações das mais variadas áreas de intervenção e que há muito integram, em Portugal, o movimento da Paz: CPPC, MPPM, CGTP-IN, Interjovem, JCP, Ecolojovem – Os Verdes, MDM, URAP, ID e várias estruturas sindicais.
O facto de o cessar-fogo ter sido anunciado horas antes não impediu que a solidariedade se expressasse de forma intensa, pois, como se afirmou numa das iniciativas, o maior massacre que o povo da Palestina sofre é a ocupação do seu território por parte de Israel, da qual decorrem as múltiplas violências e humilhações de que o seu povo é vítima.
Em Lisboa, Filipe Ferreira, da direcção do CPPC, lembrou que esta última agressão israelita provocou «mais de uma centena e meia de mortos e mais de um milhar de feridos, na sua maioria civis e muitos dos quais mulheres e crianças». Que as autoridades de Israel conheciam os crimes que estavam a cometer fica claro pelos bombardeamentos israelitas a redacções dos meios de comunicação social que «davam a conhecer as consequências da agressão».
Falando em nome do CPPC (mas neste caso poderia falar em nome de todos quantos ali estiveram), Filipe Ferreira garantiu que «não confunde o agressor com o agredido, o colonizador com o colonizado, o opressor com o oprimido, o explorador com o explorado, o criminoso com a sua vítima, não confunde o regime sionista de Israel com o povo palestino». Nem tão pouco confunde o regime sionista com o «povo israelita e as forças e milhares activistas da paz israelitas».
Fernando Ambrioso, da CGTP-IN, denunciou o «assassinato massivo de civis» e lembrou que mesmo no que diz respeito aos últimos dias, Israel foi o primeiro a atacar, ao assassinar um dirigente do Hamas. O dirigente sindical reafirmou a exigência do reconhecimento do Estado da Palestina.
André Oliveira, do projecto Ruído, chamou a atenção para o apoio dado a Israel e aos seus crimes pelos EUA e pela UE, enquanto que Carlos Almeida, do MPPM, alertou para o «quotidiano insuportável da ocupação israelita», garantindo que «não haverá paz enquanto persistir a ocupação».
No Porto, interveio Ilda Figueiredo, presidente do CPPC.