Quadratura do círculo
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) considerou que as últimas eleições nos EUA decorreram de «forma profissional» mas admitiu «preocupações fundamentais» quanto a alguns aspectos do sufrágio. Num exercício de quadratura do círculo, a organização, sustentou que «o processo eleitoral goza de uma confiança pública generalizada», ao mesmo tempo que salientou a existência de falhas reais em matérias como «o direito de voto, a fiabilidade das listas eleitorais, a transparência do financiamento das campanhas, os procedimentos de recontagem e o acesso dos observadores internacionais».
Em comunicado divulgado no passado dia 8, citado pela AFP, a OSCE detalha que alguns votantes estavam registados em vários estados, e que pelo menos 50 milhões nunca constaram nas listas eleitorais.
Acresce a negação do exercício do voto a ex-detidos, a falta de critério na exigência de identificação aos votantes e a problemática recontagem dos votos, bem como a proibição de acesso aos observadores da OSCE às assembleias de voto no Alabama, Florida, Iowa, Michigan, Mississípi, Ohio, Pensilvânia e Texas, e o condicionamento da monitorização no Alasca e Tennessee.
Isto é, a OSCE manifestou críticas quanto a um conjunto de matérias mais que suficientes para, noutro país que não os EUA, levantar suspeitas quanto à transparência do acto.