Agressão imperialista à Síria

Cessar-fogo violado

A trégua temporária de quatro dias negociada pelo enviado da ONU para a Síria não foi cumprida, lamentou Lakhdar Brahimi, que em visita a Moscovo admitiu que os ataques registados «sobre a população civil são definitivamente actos terroristas realizados por grupos».

As milícias realizaram ataques terroristas desde as primeiras horas da trégua

As declarações de Brahimi após o encontro mantido com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, coincidem com as denúncias das autoridades sírias, que atribuem aos mercenários a responsabilidade pela quebra do compromisso, iniciado na passada sexta-feira, 26.

De acordo com o governo de Damasco, desde as primeiras horas do cessar-fogo que as milícias levaram a cabo ataques contra alvos militares e civis. Já esta segunda-feira, duas bombas explodiram na capital provocando um número indeterminado de mortos e feridos, na sequência, aliás, da campanha de terror desencadeada durante todo o fim-de-semana.

As cidades de Damasco e Aleppo, bem como várias localidades fronteiriças e postos de controlo montados pelo exército do país foram os mais fustigadas pela onda de violência, obrigando as forças armadas sírias a responder, cumprindo, aliás, o aviso deixado antes da trégua pelo presidente Bashar al-Assad, que garantiu que os militares retaliariam à violação da interrupção das hostilidades.

No sábado, o Conselho de Segurança da ONU recusou uma resolução apresentada pela Rússia que condenava a não observação da trégua.

A situação na Síria, qualificada por Lakhdar Brahimi como em acelerada fase de degradação, foi agravada nestes últimos dias por um outro incidente na fronteira com a Turquia. Durante combates entre bandos armados e exército, um obus terá caído em território turco motivando disparos por parte das forças ali acantonadas por Ancara.

Para a Turquia, soube-se entretanto, os EUA terão já enviado um contingente militar, o qual se junta aos «conselheiros» e agentes dos serviços secretos norte-americanos que a Síria acusa de treinarem jihadistas para os combates.

Na semana passada, a Rússia foi mesmo mais longe e acusou Washington de fornecer armamento aos terroristas. Pentágono e Casa Branca repudiaram a denúncia, mas admitiram que entre a ajuda não-letal que prestam está incluída a coordenação logística.



Mais artigos de: Internacional

Milícias massacram Bani Walid

O cerco e bombardeamento de Bani Walid durante cerca de 20 dias poderá ter provocado uma catástrofe humanitária de dimensão só comparável ao período em que a Líbia foi agredida pela NATO. No ataque, lançado nas vésperas de se assinalar um ano sobre o assassinato de Muamar Kadafi, terão sido usadas armas não-convencionais, confirmando o carácter criminoso de uma operação de contornos punitivos contra quem recusa vassalagem ao novo regime e aos mercenários que dominam o país.

Luta forçou recuo

Organizações sociais panamianas convocaram para segunda-feira uma marcha em Colón com o objectivo de exigirem a punição dos responsáveis pela morte de quatro pessoas, entre as quais um menor de nove anos, durante a repressão dos protestos na cidade. A iniciativa serve...

Povo contra elogio fascista

Sectores populares mobilizaram-se, sábado, contra o que consideram ser uma tentativa de recuperação da ditadura imposta no País durante 35 anos (1954-1989), a qual terá custado a vida a pelo menos 20 mil pessoas, a que se somam inúmeros desaparecidos e milhares de torturados nos...

A misteriosa expedição de N’Tchama a Bissau

A situação na Guiné-Bissau complicou-se nos últimos dias com o agravamento da repressão contra os democratas e o crescente isolamento internacional do «governo de transição» imposto no seguimento do golpe militar de 12 de Abril,...