Povo contra elogio fascista
Sectores populares mobilizaram-se, sábado, contra o que consideram ser uma tentativa de recuperação da ditadura imposta no País durante 35 anos (1954-1989), a qual terá custado a vida a pelo menos 20 mil pessoas, a que se somam inúmeros desaparecidos e milhares de torturados nos cárceres fascistas.
Na região de Cordillera, uma multidão saiu à rua para repudiar o elogio da tirania que, acusam, se prepara a propósito da transladação dos restos mortais do ditador Alfredo Stroessner.
Stroessner faleceu no Brasil e a repatriação dos seus restos mortais não é contestada. O que as organizações sociais, políticas e sindicais democráticas rejeitam é a preparação de um enorme cerimonial em torno do regresso, repúdio que, garantem, é partilhado pela maioria do povo paraguaio.
Saudosistas do fascismo, com o Partido Colorado na primeira linha, pretendem que os restos de Stroessner entrem no Paraguai pela Cidad del Este e percorra mais de 300 quilómetros até à capital, Assunção. Pelo caminho realizar-se-iam iniciativas de homenagem ao ditador e à ditadura.