PS – sem saída e sem emenda
Fora do governo de serviço ao pacto de agressão, mas comprometido na troika que o concretiza, o PS está preocupado, não em defender os trabalhadores, o povo e o País e em pôr fim ao desastre, mas sim em preparar, a prazo, que a governação lhe caia de novo no regaço, por herança, e em garantir a continuidade da política de direita.
No intervalo das suas juras de fidelidade ao capital, o PS aposta na ocultação e branqueamento das suas responsabilidades pela situação do País, insiste na pose de «oposição» e em vender a ideia de que tem respostas, de «austeridade inteligente» e «sensibilidade social», apoiadas na «renegociação do Programa de Assistência Financeira».
Mas «renegociação» do pacto foi o que ainda agora aconteceu, com mais tempo para chegar à estupidez da meta do défice, que serve ao euro alemão e também para mais «roubalheira» (à portuguesa), como bem se vê neste OE. O PS, pese embora o radicalismo verbal inócuo, que ditou ao «Congresso das Alternativas», não tem saída para a situação. Está «preso pelo rabo» à política de direita, que prosseguiu todos estes anos, às suas opções de classe e aos compromissos com o grande capital e os «amigos europeus».
O PS, ao contrário do que diz a putativa futura «co-coordenadora» do BE, não fez nenhuma «evolução», a não ser nas suas bravatas de «oposição», que são cada vez mais breves, «não vá o diabo tecê-las».
Aliás, foi agora, em cima deste OE e quando se afunda rapidamente a base de apoio ao Governo, mas também ao pacto de agressão, que Seguro, M. Soares e J. Sampaio, cada um à sua maneira, vieram defender convergências do PS com o PSD (sem ou com o CDS), para subverter a representatividade da AR, ou para apoiar um novo governo tecnocrata, ou de iniciativa presidencial, que salve e prossiga a mesma política, mais ou menos recauchutada, ou com novo «embrulho» de «projecto europeu», federalista, claro. Fica assim mais claro – o PS não tem saída para a situação do País, nem emenda para alterar a sua política.
Mas, ainda assim, com a luta, com o reforço do PCP, com todos os democratas e patriotas, é cada vez mais possível, necessário e urgente defender os trabalhadores e o povo, REJEITAR o pacto de agressão e afirmar a soberania nacional. Por um novo rumo para Portugal.