Comunistas checos são segunda força

Mudança à vista

O Partido Comunista da Boémia Morávia (KSCM) alcançou um resultado histórico nas eleições regionais, realizadas dias 12 e 13, em simultâneo com a primeira volta do escrutínio de um terço do Senado.

Governo conservador perde metade da votação

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Já com praticamente todos os votos contabilizados, os comunistas checos obtiveram a maior votação de sempre a nível regional, desde que este sufrágio foi instituído em 2000. Em comparação com a eleição de 2008, o KSCM passou de 15,05 por cento, 114 eleitos, e 438 024 votos (terceira força eleitoral) para 20,44 por cento, 182 eleitos e 538 953 votos.

Este poderoso avanço foi obtido à custa do enfraquecimento dos dois principais partidos, CSSD (sociais-democratas) e ODS (conservadores) actualmente no poder, que perderam juntos 153 lugares e 23,55 por cento dos votos.

Particularmente acentuada foi a descida dos conservadores que passaram de 23,27 para 12,29 por cento, enquanto os sociais-democratas baixaram de 35,85 para 23,58 por cento.

O progresso eleitoral dos comunistas traduziu-se ainda na conquista de duas das 13 regiões do país, Karlovy Vary e Ústí nad Labem, ambas situadas na Boémia. Por seu lado, os sociais-democratas venceram em nove regiões, enquanto os conservadores apenas conseguiram manter a região de Pilsen, ficando ainda Liberec nas mãos de uma formação regional (SLK).

Nas eleições para o Senado, câmara alta do Parlamento, que decorrem em duas voltas, os comunistas têm 12 candidatos apurados, quatro deles em posição de liderança, os conservadores contam com dez candidatos na corrida, dos quais cinco venceram a primeira volta, havendo 23 candidatos sociais-democratas, 11 deles vencedores. Os nove restantes (com cinco na liderança) distribuem-se por pequenos partidos e coligações.

Na segunda volta para o Senado estão em disputa 27 dos 81 lugares daquele órgão.

Os resultados mostram uma severa punição do governo conservador, liderado por Petr Necas, responsável por cortes orçamentais antipopulares e desacreditado por vários escândalos de corrupção.

A fraqueza do actual executivo foi de resto reconhecida pelo presidente conservador Vaclav Klaus, que fez saber, no domingo, que considera o resultado da eleição «tão claro, inequívoco e compreensível que não requer nenhuma interpretação complicada». Segundo o seu porta-voz, Klaus está «convencido de que todos compreenderam o resultado e que todos retiraram as suas conclusões para si próprios».

As palavras do chefe do Estado prenunciam a queda do governo de Necas, cuja demissão já foi pedida pelos sociais-democratas.



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