Confiança popular garante vitória sólida
Mais de oito milhões de venezuelanos reconduziram Hugo Chávez na presidência do país. Para o PCP, a vitória é indissociável dos «avanços democráticos no plano económico e social» e da «crescente participação popular no processo bolivariano».
Mais de oito milhões de venezuelanos apoiaram o processo bolivariano
Num sufrágio exemplar a todos os níveis, facto atestado pelas dezenas de observadores internacionais acreditados e pelos milhares de jornalistas que acompanharam o acto, o nível de participação popular bateu todos os registos. Quase 15 milhões de venezuelanos efectivaram nas urnas o seu direito, 55 por cento dos quais confiaram no actual presidente e nas forças que o apoiaram no quadro do Pólo Patriótico.
Inês Zuber, deputada do PCP no Parlamento Europeu, integrou o grupo de acompanhantes internacionais convidado pelas autoridades venezuelanas a escrutinar o processo.
Depois de encontros com representantes de forças políticas antagónicas, visitas a assembleias de voto e outras estruturas relacionadas com o processo eleitoral, Inês Zuber esteve, domingo, no encerramento de um centro de votação no Estado de Barinas, donde seguiu para a sede da Conselho Nacional Eleitoral local com o objectivo de seguir a compilação e anúncio dos resultados.
Segunda-feira, já em Caracas, a eurodeputada comunista participou na elaboração do relatório final da delegação de observadores da qual fez parte.
Sempre a crescer
Em 1998, quando Hugo Chávez venceu pela primeira vez as presidenciais na Venezuela, participaram na consulta cerca de 64 por cento dos eleitores. No passado domingo, a taxa de assistência às urnas superou os 80 por cento do total de habilitados a votar, isto num país onde o exercício daquele direito é facultativo.
Na altura, Hugo Chávez obteve aproximadamente três milhões e 700 mil votos. Agora, o total de votos que lhe foram confiados superou os oito milhões.
Atrás de Chávez, o candidato da direita, Henrique Capriles Radonski, garantiu quase 6,5 milhões de boletins, correspondentes a pouco mais de 44 por cento dos votos, de acordo com dados do CNE divulgados na noite de segunda-feira, 8.
Do ponto de vista territorial, a vitória de Chávez e dos bolivarianos é ainda mais expressiva, com triunfos em 21 dos 23 estados do país. Radonski não conseguiu superar Chávez na região onde é governador desde 2008, Miranda.
Um dado significativo nestas presidenciais é, ainda, o facto de o Partido Comunista da Venezuela ter mantido a tendência de subida. No total, o PCV superou os 480 mil votos, resultado muito longe dos 57 mil boletins garantidos em 2000, e um acréscimo de praticamente 150 mil votos face às presidenciais de 2006.
PCP saúda
Em nota dirigida a Hugo Chávez, o Secretário-geral do PCP saudou, em nome dos comunistas portugueses, a sua reeleição para Presidente da República, «felicitações tão mais expressivas quanto esta vitória é alcançada num quadro de uma altíssima participação do povo venezuelano nestas eleições, facto que consideramos ser indissociável dos avanços democráticos no vosso país, seja no plano económico e social, seja da crescente participação popular no processo bolivariano».
No texto, Jerónimo de Sousa saudou, igualmente, «todo o povo venezuelano pelo notável exemplo de soberania, democracia e participação que constituíram estas eleições, felicitações que estendemos de forma muito particular às forças revolucionárias, progressistas e democráticas – nomeadamente o Partido Socialista Unido da Venezuela e o Partido Comunista da Venezuela – que ao longo dos anos têm posto as suas forças, criatividade e vontade ao serviço da revolução bolivariana, dos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo venezuelano».