Irlanda não sai da crise

Depois de ter caído 0,7 por cento no primeiro trimestre, a economia irlandesa não deu sinais de recuperação no segundo semestre, como imaginaram os defensores do modelo baseado na austeridade e na prioridade às exportações.

Aconselhado pela troika, o governo irlandês segue desde 2009 uma política de redução salarial, que supostamente deveria aumentar a competitividade da sua indústria e por conseguinte das exportações.

Mas mesmo neste pequeno país, onde a indústria manufactureira representa um quarto da riqueza criada, a realidade está a demonstrar que as exportações não são suficientes para fazer o país crescer.

Apesar de terem registado um crescimento de 6,2 por cento, as exportações estiveram longe de poder compensar a contracção do mercado interno: o consumo das famílias voltou a cair 0,4 por cento, as despesas das administrações públicas contraíram-se 3,9 por cento, enquanto o investimento se afundou 29,4 por cento.

As probabilidades de uma nova recessão aumentam se se considerar que o ritmo de crescimento das exportações diminuiu 0,5 por cento, no segundo semestre, algo que não acontecia desde o final de 2010 e que reflecte o abrandamento do comércio mundial. Assente num só pé, a economia irlandesa arrisca-se a dar um valente trambolhão.



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