Mercenários concentram-se em Aleppo
Derrotada a investida que os grupos armados lançaram sobre Damasco, a ofensiva concentra-se há quase duas semanas na cidade de Aleppo, segunda metrópole síria com 2,5 milhões de habitantes e considerada a capital económica do país.
Os combates entre o chamado Exército Sírio Livre e as forças regulares sírias recrudesceram sábado, 28, quando as forças armadas lançaram uma ofensiva para libertar os bairros ocupados, nos quais, segundo as autoridades de Damasco, os civis são mantidos reféns e usados como escudos humanos.
A estratégia dos terroristas repete, noutra dimensão, o observado em Homs, onde a chamada «oposição» chegou a proclamar um emirado, no bairro de Bab Amr, e manteve cativa a população. Um número indeterminado de pessoas foi assassinado para criar um cenário de chacina de civis por parte das forças leais ao presidente Bashar Al-Assad.
As últimas informações indicam que a batalha por Aleppo vai prosseguir. O nível de violência que atingirá é ainda uma incógnita. Segundo o correspondente da Telesur, o exército sírio apreendeu grande quantidade de armas aos grupos armados, incluindo armas químicas oriundas da Líbia.
Corpos de mercenários abatidos terão sido encontrados mutilados e queimados para impedir a sua identificação, mas a denúncia do governo sírio sobre a multiplicação de estrangeiros provenientes de vários países árabes no conflito – mas também do Iémen, Paquistão, Bangladesh ou Chechénia, por exemplo –, foi confirmada por dois jornalistas raptados.
Jeroen Oerlemans e John Cantilie sublinharam a «pronúncia britânica» de 40 por cento dos seus sequestradores, um dos quais terá mesmo afirmado «estes vão ver a jihad internacional que estamos a preparar».
Oerlemans e Cantilie tentaram fugir e foram baleados. Posteriormente, alegados membros do ESL negociaram a sua libertação e levaram-nos de volta à Turquia ao som de tiros para o ar, como «um grupo de gangsters», testemunhou Oerlemans.
A imagem condiz com as palavras, próprias de um western, proferidas pelo secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, que, anteontem, considerou Aleppo a «sepultura de Assad» e instou o presidente sírio a «desaparecer imediatamente».
Da Turquia, mas também do Líbano e do Iraque, continuam a ser rechaçadas vagas de bandos armados, que se procuram infiltrar no território e reforçar a frente concentrada em Aleppo, onde os mercenários apostam muito da sua campanha de terror, realizada em simultâneo com os apelos ao envio de armas pesadas para a «oposição», ao estabelecimento de uma zona de exclusão aérea e à intervenção do Conselho de Segurança das Nações Unidas para impedir um massacre de civis.