Agressão imperialista à Síria

Guerra de mercenários e propaganda

Entre 40 a 60 mil mer­ce­ná­rios terão che­gado nos úl­timos dias à Síria para se unirem ao de­no­mi­nado Exér­cito Sírio Livre (ESL), de­nuncia a Red Vol­taire. O re­forço dos grupos ar­mados apoi­ados pelo im­pe­ri­a­lismo e pelas mo­nar­quias do Golfo ocorre no con­texto do re­cru­des­ci­mento da vi­o­lência e da ma­ni­pu­lação me­diá­tica do con­flito.

As au­to­ri­dades mos­traram provas do en­vol­vi­mento de es­tran­geiros no con­flito

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De acordo com a fonte supra ci­tada, os mer­ce­ná­rios in­tro­du­ziram-se na Síria através da fron­teira com a Jor­dânia. Al­guns terão mesmo es­tado en­vol­vidos na ofen­siva ter­ro­rista de­sen­ca­deada contra Da­masco e ou­tras grandes ci­dades sí­rias, a qual co­meçou a meio da se­mana pas­sada com um aten­tado que vi­timou quatro altos res­pon­sá­veis das forças ar­madas e da se­gu­rança do país, e con­ti­nuou até ao início desta se­mana.

Corpos de ci­da­dãos de países árabes e do Norte de África foram mos­trados pelos meios de co­mu­ni­cação sí­rios como prova do en­vol­vi­mento de mer­ce­ná­rios no con­flito.

En­tre­tanto, as au­to­ri­dades dizem ter con­cluído o fun­da­mental do contra-golpe mi­litar des­ti­nado a re­chaçar os grupos ar­mados, in­cluindo as ten­ta­tivas de to­mada de zonas de fron­teira junto ao Iraque, Lí­bano, Jor­dânia e Tur­quia. Os ata­ques dos bandos ar­mados aos postos de con­trolo te­riam como ob­jec­tivo fa­ci­litar a en­trada de com­ba­tentes pagos por países como o Qatar e a Arábia Sau­dita, fe­rozes apoi­antes da in­sur­reição e pro­mo­tores do iso­la­mento da Síria no seio das na­ções árabes.

 Im­pe­ri­a­lismo ma­nobra

 No úl­timo fim-de-se­mana, o Sunday Times no­ti­ciava que ex-mem­bros das forças ar­madas bri­tâ­nicas foram con­tra­tados por em­presas de se­gu­rança para mi­nis­trarem no Iraque treino mi­litar in­te­grantes das bri­gadas ter­ro­ristas. No mesmo sen­tido, o Wall Street Journal in­forma que o go­verno dos EUA in­cre­mentou, nos úl­timos dias, ac­ções en­co­bertas des­ti­nadas a der­rubar Bashar Al-Assad.

Is­rael, guarda avan­çada do im­pe­ri­a­lismo na re­gião, também não es­tará de fora das ma­no­bras im­pe­ri­a­listas. Pelo menos a julgar pelas pa­la­vras de um alto res­pon­sável do go­verno de Te­la­vive, Ayoub Kara, que sá­bado ad­mitiu que os re­pre­sen­tantes is­ra­e­litas na Jor­dânia apoiam os grupos ar­mados sí­rios.

No campo di­plo­má­tico, des­taca-se a apre­sen­tação por parte do im­pe­ri­a­lismo de mais uma re­so­lução de con­de­nação à Síria no Con­selho de Se­gu­rança (CS) das Na­ções Unidas, texto ve­tado por Rússia e China que re­jeitam ceder à in­ter­na­ci­o­na­li­zação do con­flito.

 

In­to­xi­cação per­ma­nente

 

A apre­sen­tação do texto no CS da ONU foi pre­ce­dida pelo já re­fe­rido aten­tado em Da­masco, ao qual se se­guiu uma ofen­siva ter­ro­rista, e por mais um mas­sacre, desta feita na al­deia de Trei­mesa, pro­víncia de Hama, com um saldo de cen­tena e meia de ví­timas.

As au­to­ri­dades sí­rias ne­garam res­pon­sa­bi­li­dades e acu­saram os grupos ter­ro­ristas pela ma­tança, a qual, sus­tentam, foi acom­pa­nhada pela já ha­bi­tual in­to­xi­cação da opi­nião pú­blica mun­dial através de ima­gens re­pli­cadas pela Al Ja­zeera e Al Ara­biya, ca­nais ale­ga­da­mente in­for­mados dos acon­te­ci­mentos de an­temão.

Após o contra-golpe do exér­cito re­gular sírio em Hama, a agência SANA no­ti­ciava que al­guns com­ba­tentes ha­viam sido cap­tu­rados trans­por­tando me­tra­lha­doras de fa­brico is­ra­e­lita. A Prensa La­tina diz ter cons­ta­tado que uma ma­ni­fes­tação de apoio ao go­verno sírio nos ar­re­dores de Da­masco foi no­ti­ciada nos meios de co­mu­ni­cação do­mi­nantes como um pro­testo anti-go­ver­na­mental.

No campo da guerra me­diá­tica, so­bressai ainda a de­núncia do mi­nis­tério da In­for­mação sírio sobre a imi­nente en­trada em cena de um canal pi­rata que ocu­paria o sinal das ca­deias na­ci­o­nais nas trans­mis­sões via sa­té­lite. Certo é que as em­presas Arabsat e Ni­lesat já ba­niram o canal sírio Ad­dounia.

A Red Vol­taire, por seu lado, afirma que pre­tensos com­bates entre re­beldes e go­verno são gra­vados no Qatar. A de­núncia con­corda com dados pu­bli­cados pelo New York Times, que adi­anta que ima­gens de cen­tros ne­vrál­gicos de Da­masco já terão sido re­co­lhidas e estão prontas a ser ma­ni­pu­ladas.

Em Junho avo­lu­maram-se as de­nún­cias que davam conta da di­fusão de bo­atos sobre a fuga de Bashar Al-Assad. Na sexta-feira, dia 20, al­guns meios oci­den­tais no­ti­ci­avam a re­núncia do pre­si­dente, pron­ta­mente des­men­tida pelas au­to­ri­dades.



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