Fórum de São Paulo

XVIII Encontro reuniu em Caracas

800 delegados de uma centena de partidos e organizações provenientes de 50 países dos cinco continentes participaram, entre 4 e 6 de Julho, em Caracas, no XVIII Encontro do Fórum de São Paulo. O PCP fez-se representar por Inês Zuber e Maurício Miguel, que se deslocaram à capital venezuelana integrados numa delegação do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), convidado a participar na iniciativa.

Ao Fórum de São Paulo, o GUE/NGL fez chegar uma resolução na qual constata as diferenças de orientação e natureza entre a integração europeia e os processos que ocorrem na América Latina e Caribe; na qual valoriza o Fórum como espaço de discussão política e convergência de forças anti-imperialistas, progressistas e de esquerda da América Latina e Caribe, e reafirma a decisão do Grupo em promover, conjuntamente com o Fórum de São Paulo, uma iniciativa comum durante a realização da Cimeira Ibero-Americana em Cádiz, agendada para Novembro de 2012.

A delegação do PCP participou, também, nas comemorações dos 201 anos da independência da Venezuela, que se assinala a 5 de Julho, nomeadamente no desfile cívico-militar onde milhares de pessoas, integradas em estruturas castrenses ou de natureza política e social, reafirmaram o seu empenho no prosseguimento e defesa da revolução bolivariana, a começar pelas eleições presidenciais do próximo mês de Outubro, importante momento no futuro do país, da democracia e progresso social na região.

A solidariedade para com o processo em curso na Venezuela foi, aliás, um dos pontos centrais do XVIII Encontro, que aprovou, inclusivamente, uma resolução de solidariedade para com o povo venezuelano.

A deputada do PCP no parlamento europeu teve ainda a oportunidade para se dirigir ao plenário do Fórum salientando a proposta de política patriótica e de esquerda do nosso Partido e a luta de massas contra o Pacto de Agressão e o aumento da exploração dos trabalhadores como questões relevantes para a superação da actual situação em que se encontra Portugal.

Inês Zuber frisou também a luta empreendida pelos povos da Europa e a necessidade de outros povos se solidarizarem com ela, e insistiu na caracterização da UE enquanto bloco imperialista.

 

Avançar

 

A reunião realizada em Caracas foi das mais participadas de sempre desde a fundação do Fórum, em 1990, e ocorreu no contexto de uma grave crise capitalista mundial e da consolidação de posições por parte de vários partidos progressistas na América Latina.

Há 22 anos, somente o Partido Comunista de Cuba se encontrava no governo do seu país. Hoje, vários partidos democráticos e de esquerda estão no poder, e mesmo nos países em que estão na oposição gozam de uma influência política e social crescente, como, aliás, frisou o ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, em mensagem endereçada ao Encontro.

Tal facto, ao qual se juntam importantes avanços na constituição de estruturas multilaterais de carácter anti-imperialista (processo sublinhado na intervenção do membro do Secretariado do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, José Balaguer), tem merecido a reacção das forças da direita, que na última década procuraram subverter, por via de golpes de estado, os caminhos decididos pelos povos.

Na Venezuela, Equador e Bolívia, os golpes promovidos pelo imperialismo acabaram derrotados. Nas Honduras e mais recentemente no Paraguai, triunfaram, tendo o Fórum de São Paulo, na sua declaração final e no decurso dos seus trabalhos, condenado veementemente este último episódio e saudado a resistência popular.

O Encontro rejeitou igualmente as agressões à Síria e ao Irão, e manifestou a sua solidariedade para com os povos em luta, do Saara à Palestina, da Nicarágua a Cuba, onde prossegue a batalha pela libertação dos cinco patriotas detidos ilegalmente pelos EUA.

Na intervenção de encerramento do Fórum, o presidente venezuelano Hugo Chávez acentuou a necessidade da defesa dos processos progressistas na América Latina, e a urgência de superação do capitalismo e da construção do socialismo.



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