Direito a produzir
Os deputados do PCP no Parlamento Europeu apresentaram um conjunto de 167 propostas de alteração ao projecto de reforma da Política Agrícola Comum (PAC), que representa uma alternativa clara ao caminho preconizado pela Comissão Europeia.
PCP aponta alternativas para a agricultura
As propostas foram apresentadas aos três relatórios legislativos mais importantes da PAC: Pagamentos Directos, Desenvolvimento Rural, e Organização Comum dos Mercados dos produtos agrícolas.
A iniciativa dos deputados do PCP, como salienta um comunicado divulgado dia 18, visa «defender o direito à soberania e à segurança alimentares dos diferentes países, o seu direito a produzir», constituindo «uma possibilidade real de combate a crónicos e persistentes défices de produção agro-alimentar, em países como Portugal».
Concretamente, os deputados propõem o reforço dos instrumentos de regulação da produção, a manutenção, para além de 2015, dos regimes de quotas de produção leiteira e do açúcar, ajustadas às necessidades de cada estado-membro e ao seu nível relativo de capacidade de produção, bem como dos direitos de plantação da vinha, como o estabelecimento de regimes especiais para as regiões em que esta cultura é actividade dominante.
No entender do PCP, devem ser criados noutros sectores regimes de quotas que contemplem o desenvolvimento diferenciado dos estados-membros com défices mais elevados.
Tendo em vista uma melhoria do preço no produtor, propõe-se a instauração de um regime de «margens máximas de intermediação», que deviam ser aplicadas pelos estados-membros para promover uma justa e adequada distribuição do valor acrescentado ao longo da cadeia de abastecimento alimentar.
A criação de um Seguro Agrícola Público e de um regime de «preferência nacional», ou ainda a convergência dos pagamentos directos entre estados-membros, até ao final do período de vigência do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, são outras propostas apresentadas.