Panorama negativo
O Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) considerou «muito preocupantes» os resultados dos exames nacionais do Ensino Secundário, realizados em Junho deste ano (primeira fase), nas quatro provas que apresentaram mais alunos inscritos (Português, Biologia/Geologia, Física e Química A e Matemática A), uma vez que as médias totais foram todas negativas (ficaram abaixo de 10, numa escala numérica de 0 a 20 valores).
Em Português, observando os resultados dos últimos 15 anos, este foi o segundo pior resultado de sempre (com uma média de 9,5), só sendo ultrapassado pelo ano passado (com uma média de 8,9).
Nas disciplinas que servem de prova de ingresso aos cursos da área da saúde (Biologia/Geologia e Física e Química A) as médias também são negativas, respectivamente 9,3 e 7,5. Este último resultado (de Física e Química A) é mesmo o pior de todas as 25 disciplinas sujeitas a exame nacional e é o segundo pior de toda a história dos exames em Portugal. Por comparação a 2011, a taxa de reprovações nesta disciplina subiu 50 por cento (passou de 16 para 24 por cento), enquanto em Biologia/Geologia passou de 7 para 10 por cento. Também em Matemática A registou-se a pior média dos últimos seis anos, com uma queda de cinco pontos por comparação a 2011 (a média passou de 9,2 para 8,7).
Obter respostas
Face a estes resultados, «Os Verdes», em nota de imprensa, consideram «urgente obter respostas para a pergunta que se impõe fazer: quais são as causas deste panorama tão negativo?». «Uma das causas é certamente a forma como os exames são elaborados pelo Gabinete de Avaliação Educacional, Ministério da Educação (GAVE)», referem os ecologistas, apontando «a ambiguidade de várias questões dos exames, bem como o carácter restritivo dos critérios de correcção», que «mostram como se procurou corresponder à propalada necessidade de “exigência e rigor”, criando questões que são armadilhadas onde muitos alunos caíram».
Outra das causas, talvez a mais importante, foi a de que este ano, pela primeira vez, os alunos foram obrigados a realizar todos os exames na primeira fase. «Enquanto nos anos transactos os alunos tinham a possibilidade de distribuir pelo calendário de exames as provas que iram realizar (fazendo algumas na primeira fase e deixando outras para a segunda), possibilitando-lhes assim um estudo mais prolongado no tempo, este ano tiveram de fazê-las num prazo recorde de seis dias úteis», critica o PEV.