«12 Fugas das Prisões de Salazar»
No dia 13 de Junho, foi apresentado, na Biblioteca Municipal de Beja, o livro 12 Fugas das Prisões de Salazar, de Jaime Serra. Na iniciativa, o autor começou por saudar «todo o povo alentejano» que «tão elevada contribuição deu, com a sua luta, para o derrube da ditadura fascista». «Catarina Eufémia é disso um exemplo imorredouro», valorizou.
Sobre o livro, Jaime Serra afirmou que «é de grande oportunidade para o esclarecimento das actuais e futuras gerações», relativamente à «actividade do Partido na luta contra o regime fascista», quando se assiste, por parte da comunicação social, «a uma campanha de desinformação sobre o que foi o regime fascista, ao qual chamam simplesmente de o “antigo regime” ou o “regime anterior”, apagando o papel do Partido na luta pela sua liquidação». «Nesta campanha, participam não só os escribas do regime, como também pretensos “historiadores independentes” que a pretexto de “guardar a memória” mais não fazem senão deturpá-la», acrescentou.
Mais pormenorizadamente, referindo-se às 12 Fugas das Prisões de Salazar, o escritor lembrou os presentes que «o tipo de organização que estas fugas exigiam, quer dentro das cadeias, quer no exterior, implicava também a existência de uma organização política clandestina no exterior», que, pelas razões conhecidas, «só o PCP, como Partido revolucionário da classe operária, estava em condições de o fazer».
Plano de fuga
Também no interior das cadeias, revelou Jaime Serra, «a prevenção de uma fuga exigia a formação de um organismo restrito, composto pelos camaradas mais responsáveis e com mais experiência nesta matéria». «Este organismo devia proceder ao estudo das condições gerais da cadeia em questão, das eventuais falhas do sistema de segurança, da personalidade dos carcereiros, se estes eram ou não permeáveis à sua neutralização ou mesmo à colaboração», frisou, recordando que «quando se chegava à existência de um plano de fuga adequado à situação, montava-se uma ligação com o Partido no exterior, por formas secretas e cifradas, com o objectivo de coordenar as acções a realizar tanto no interior como no exterior». «A fuga colectiva da Fortaleza de Peniche, em 3 de Janeiro de 1960, foi um exemplo perfeito dessa coordenação», destacou.
Na sua intervenção, Jaime Serra falou ainda da situação política, económica e social actual. «A ditadura fascista, derrubada com a Revolução de 25 de Abril, deu lugar à ditadura do grande capital aliado ao imperialismo», afirmou, alertando para a «crise geral do capitalismo, o qual, para sobreviver, procura por todos os meios espoliar os trabalhadores dos direitos conquistados ao longo de anos e anos de luta».
Para mudar o estado de coisas, «o Partido tem de estar atento ao evoluir da situação para poder, de acordo com tal evolução, orientar os trabalhadores e o povo na melhor direcção». «Estamos certos de que, com a nossa luta, a breve ou a curto prazo, conseguiremos construir uma Democracia Avançada a caminho do Socialismo e do Comunismo», terminou.
Fascismo nunca mais!
O Núcleo de Vila Franca de Xira da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) promoveu, na sexta-feira, na Praça 7 de Março, em Alhandra, uma sessão de homenagem aos ex-presos políticos do concelho. Esta iniciativa contou com a presença e intervenção de Marília Villaverde Cabral, Coordenadora da URAP, com a actuação do Coro Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música e com uma sessão de declamação de poesia.