O documento, dirigido ao ministro da Educação e Ciência e ao primeiro-ministro, dá conta da «profunda crise económica» que o País atravessa, que tem servido de «desculpa» para «os cortes financeiros em todos os sectores fundamentais do Estado, nomeadamente na Educação.

«O Estado tem a função de promover o acesso igual para todos à Educação e a formação completa de todos os cidadãos, independentemente das suas condições sociais e económicas, o que não tem sido feito», denunciam os subscritores da Carta Aberta, referindo que os exames nacionais no Ensino Secundário são «uma forma de afastar muitos estudantes do Ensino Superior e também impedir outros tantos de concluir os seus estudos», e põem em «desigualdade de acesso todos aqueles que têm dificuldades financeiras e não podem pagar manuais escolares, manuais de apoio ou explicações privadas».

«Os estudantes aprendem a memorizar conhecimentos para despejar no exame nacional, que não avalia todas as outras competências adquiridas ao longo dos anos, nem tem em conta as dificuldades individuais de cada aluno», critica-se no documento, onde se exige um maior investimento nas escolas, a diminuição de alunos por turma e a garantia de que «todos os estudantes têm acesso aos manuais escolares e todos os materiais de apoio».

Esta Carta Aberta foi ainda entregue, no mesmo dia, na Direcção Regional de Educação do Norte, onde foram colocadas mais de cem fotos de jovens que dão a cara contra os Exames Nacionais. Por todo o País tiveram ainda lugar várias acções de sensibilização junto dos alunos.