ABIC alerta para atrasos no pagamento de bolsas

A Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) manifestou, há dias, a sua preocupação com os sucessivos atrasos no pagamento das bolsas de doutoramento e de pós-doutoramento que se têm verificado por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

«A ABIC acompanhou, novamente este ano, com inquietação o atraso no pagamento das bolsas aos candidatos com bolsa atribuída que já tinham submetido toda a documentação necessária para a conclusão dos respectivos processos de candidatura», informa, em nota de imprensa, a Associação, verificando que, apesar de já terem a sua situação regularizada, «há bolseiros que se encontram há quatro meses a aguardar o pagamento da primeira prestação da bolsa», e que os mesmos encontram-se «impedidos de desenvolver qualquer tipo de actividade profissional, por motivos do regime de exclusividade que lhes é imposto pelo estatuto do bolseiro».

A estas irregularidades vieram juntar-se este ano os atrasos significativos nos pagamentos devidos após a renovação de bolsa de doutoramento e de pós-doutoramento. Neste sentido, a ABIC alerta «para a morosidade do actual processo de verificação de documentos», que, no seu entender, «é uma das primeiras causas de atraso no pagamento das bolsas de doutoramento e pós-doutoramento». No documento enviado aos jornalistas, considera ainda «mais incompreensível» o «adiamento sucessivo dos pagamentos das bolsas cujos processos já se encontram concluídos».

«Este tipo de situações constitui um prejuízo grave para a vida daqueles que aguardam a bolsa que lhes foi atribuída. Estes investigadores, que são um dos primeiros sustentáculos da investigação científica desenvolvida em Portugal, foram assim expostos a situações altamente precárias, tendo de recorrer a empréstimos e a ajudas de terceiros para poderem respeitar os seus compromissos financeiros e cumprir com as suas obrigações familiares», sustenta a ABIC, considerando ser «urgente» que a FCT reduza «ao mínimo as demoras de candidaturas a novas bolsas assim como a sua renovação anual», efectue «no início de Junho os pagamentos de todas as novas bolsas com processos já concluídos» e, de futuro, proceda «com rapidez ao pagamento das novas bolsas, assim que o processamento da sua documentação estiver completo».

 

Situação dramática

 

No sentido de contribuir para a minimização destes problemas, a ABIC tem-se empenhado em ajudar no esclarecimento dos bolseiros sobre os trâmites das candidaturas a bolsas e tem apresentado à FCT sugestões para a melhoria dos processos. Estando a FCT a iniciar um novo concurso a bolsas, a Associação de Bolseiros espera, por isso, que «haja um rigoroso levantamento dos problemas e das falhas que provocaram estes atrasos para que no futuro os bolseis não sejam colocados nesta situação dramática».

A terminar, a ABIC dá ainda conta dos atrasos de vários meses no reembolso por parte da FCT dos descontos efectuados pelos bolseiros para o Seguro Social Voluntário, que constitui a protecção mínima a que aqueles têm direito ao abrigo do actual estatuto do bolseiro. «Estes atrasos obrigam os bolseiros a adiantar do seu bolso muitas centenas de euros e têm levado a que alguns deixem de efectuar esses descontos, ficando assim totalmente desprotegidos, em caso de doença ou de outra fatalidade», adverte a ABIC.

 



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