Estudantes intensificam a luta
Por todo o País, assinalando o 50.º aniversário do Dia do Estudante, os alunos do ensino Secundário e Básico reivindicaram, no dia 21 de Março, uma escola pública, gratuita, de qualidade e democrática para todos.
A mais avassaladora ofensiva desde o 25 de Abril
Os estudantes saíram à rua em Braga, Barcelos, Porto, São João da Madeira, Ovar, Pombal, Alpiarça, Lisboa, Sintra, Almada, Seixal, Barreiro, Setúbal e Évora para defender mais investimento para a educação e exigir que o Governo deixe de usar a falta de dinheiro como desculpa para o corte de verbas e financie o ensino em vez de dar 12 mil milhões de euros directamente para os bancos.
Como se dá conta numa nota de imprensa, os alunos reclamaram ainda «melhores condições materiais», «mais funcionários nas escolas e professores», «preços acessíveis no bar, refeitório e papelaria», o «fim das rendas pagas pelas escolas intervencionadas à Parque Escolar», a «reposição imediata do passe escolar 4_18» e o «fim dos exames nacionais».
O Secretariado da Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da JCP alertou para o facto de as alterações ao Estatuto do Aluno, naquele dia apresentadas pelo Governo, aprofundarem a desresponsabilização do Estado em relação à educação. «As razões pelas quais os estudantes se manifestaram são fruto das políticas desastrosas para a educação, comandadas, nos últimos 36 anos, ora pelo PS, ora pelo PSD, com ou sem o CDS», salientam os jovens comunistas, explicando que, hoje, os estudantes «defrontam-se com a mais avassaladora ofensiva aos seus direitos desde o 25 de Abril, a pretexto da crise e a comando da troika estrangeira (FMI, BCE, EU) e da troika nacional (PS, PSD e CDS), implementando na educação as orientações do pacto de agressão que celebraram há cerca de um ano». «Ofensiva que não tem outro objectivo se não privatizar a educação, empurrar os filhos dos trabalhadores para o mundo do trabalho como mão-de-obra mais barata, menos qualificada e por consequência mais facilmente explorada», acrescenta a JCP.
No dia anterior, milhares de estudantes do Ensino Superior marcaram presença numa combativa manifestação em Lisboa, contra os cortes na acção social, a redução de bolsas, o Processo de Bolonha, as propinas e o encarecimento geral dos serviços.
A JCP manifestou, entretanto, a sua solidariedade com a luta dos universitários, reafirmando a necessidade de «intensificar a luta, em cada escola e em todo o País, para defender um Ensino Superior público, gratuito, de qualidade, democrático e para todos, um direito que não pode ser alienado da juventude portuguesa».