Reino Unido beneficia grandes fortunas e lucros

O governo britânico anunciou, dia 21, uma redução da tributação sobre os rendimentos mais elevados e a redução dos impostos sobre os lucros das empresas.

A partir de Abril do próximo ano, os rendimentos superiores a 150 mil libras anuais (180 mil euros) serão sujeitos a uma taxa de 45% por cento em vez dos actuais 50 por cento.

O argumento apresentado pelo ministro das Finanças, George Osborne, é que a elevada tributação provoca evasão fiscal e leva algumas grandes fortunas a abandonarem o país.

Por seu lado, o imposto sobre os lucros baixará de 26 para 24 por cento já em Abril, continuando a diminuir nos dois próximos anos até se fixar em 22 por cento em 2014. Mais uma vez, Osborne afirma que tal é bom para a economia, uma vez que tornará o Reino Unido num dos países «mais competitivos para atrair empresas». No futuro, admitiu o ministro, este imposto poderá mesmo baixar para os 20 por cento.

Porém, numa altura em que as amplas camadas da população sofrem duras medidas de austeridade (para que o país conserve a classificação de AAA das agências financeiras), as benesses aos mais ricos e às empresas provocaram uma onda de repúdio e indignação. Até porque entre as alterações fiscais preconizadas para compensar a perda de receita está o congelamento das deduções fiscais aos pensionistas, o que significa uma perda real do seu poder de compra.

O agravamento dos impostos sobre o álcool (dois pontos acima da inflação) e sobre o tabaco (cinco pontos acima da inflação), pesará igualmente sobre a população em geral, que é chamada a sacrifícios cada vez maiores, numa situação de marasmo económico e desemprego crescente.

De resto é com prudência que o governo anuncia um ligeiro crescimento de 0,8 por cento para este ano, admitindo que o desemprego irá atingir os 8,7 por cento.



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