Porto evocou neo-realismo
O movimento neo-realista na arte e na vida foi o tema da sessão realizada no Centro UNESCO por iniciativa do Sector Intelectual do Porto do PCP, na qual participaram mais de uma centena de pessoas. Integrando uma exposição evocativa da vida e obra dos escritores comunistas Manuel da Fonseca e Alves Redol, a sessão iniciou-se com uma intervenção de Jorge Sarabando, que fez um enquadramento histórico do neo-realismo e sublinhou a sua perenidade como inspirador de muitas obras de testemunho político e social.
O professor e escritor José António Gomes analisou o significado das principais obras do neo-realismo, as suas diferentes expressões na literatura, nas artes plásticas ou no cinema, as vivências de muitos dos seus autores e a sua inserção nas grandes lutas libertadoras que então se desenvolviam. Depois da leitura de poemas pelos jovens artistas Inês Gregório e José Pedro Ferraz, interveio o maestro José Luís Borges Coelho, que lembrou importantes textos de Fernando Lopes-Graça.
A sessão terminou com o Coral de Letras da Universidade do Porto, dirigido por Borges Coelho, acompanhado ao piano por Fausto Neves, que cantou algumas das Heróicas de Fernando Lopes-Graça, finalizando, acompanhado por uma emocionada assistência, com a Grândola Vila Morena, de José Afonso.