Voto saúda luta das mulheres
A Assembleia da República aprovou um voto de congratulação pelo Dia Internacional da Mulher. Todas as bancadas votaram favoravelmente, registando-se a abstenção de dois deputados do PSD, cinco do CDS-PP e um do PS.
No texto, da autoria do PCP, o Parlamento saúda a «corajosa luta das mulheres que hoje é travada pela defesa dos direitos conquistados pela luta histórica de muitas gerações de trabalhadores e por um futuro de progresso, desenvolvimento e justiça social».
Sob o título «Dia Internacional da Mulher – Em defesa dos direitos das mulheres», nele se refere que esta comemoração «tem lugar num quadro da mais violenta ofensiva contra os direitos das mulheres e a sua luta emancipadora», contexto esse onde avulta ainda o aprofundar do «abismo entre a aspiração da larga maioria das mulheres a afirmar o seu papel, os seus saberes e capacidades (…) e o agravamento de forma brutal das suas condições de vida e de trabalho, associado ao seu crescente empobrecimento, nomeadamente das mulheres oriundas das classes trabalhadoras e populares».
«As mulheres portugueses têm razões comuns à generalidade dos portugueses para rejeitar a actual política, mas têm, igualmente, fortes razões ligadas à sua situação e aos seus direitos específicos», pode ler-se no voto, no qual é salientado ainda que a «acelerada marcha em curso de “institucionalização” dos velhos e recorrentes itinerários da desigualdade e discriminação das mulheres (por razões de classe e de sexo) no trabalho, na família, na vida social e política representa um retrocesso social sem precedentes, desde o 25 de Abril».
«As políticas seguidas pelos sucessivos governos de liquidação de valores, direitos e conquistas das mulheres portuguesas alcançados após a Revolução de Abril e plasmados na Constituição da República, estão agora a ser gravemente aprofundadas», diz-se, ainda, no voto de congratulação onde a AR saúda as mulheres e suas organizações pela sua intervenção em prol da «transformação qualitativa das suas vidas, pelo direito à realização profissional e a serem cidadãs de plenos direitos».