Governo degrada SNS
A Federação Nacional dos Médicos, o Sindicato Independente dos Médicos, o Movimento Médicos Unidos e a Ordem dos Médicos endereçaram ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, uma carta aberta na qual criticam «a grave degradação da Saúde em Portugal» e «as consequências que daí podem advir para os doentes e para o País».
Os profissionais dizem-se pessimistas quanto «à prestação de cuidados de saúde com qualidade e humanidade» em resultado do «excessivo e intolerável desinvestimento no sector, justificado para resolver um défice orçamental criado por anos de políticas ruinosas de que os doentes não são culpados».
«Os hospitais, centros de saúde e os seus profissionais deixaram de ser considerados a solução para resolver os problemas», lamentam os médicos no texto divulgado pela Lusa, antes de defenderem «um sistema de saúde exigente, com financiamento adequado, constituído por profissionais competentes e direccionado para as necessidades do doente», cuja reconfiguração exige «a participação activa dos profissionais do sector e dos doentes».
A carta foi tornada pública quando dados oficiais indicam que, após o aumento das chamadas taxas moderadoras, foram realizadas menos 58 mil consultas de urgência. A procura nos SAP’s caiu 40 por cento e o número de cirurgias também desceu em 1190 intervenções.